3 de maio de 2012

Ômega 3 é capaz de regenerar neurônios, mostra pesquisa da Unifesp.

São Paulo - Um estudo realizado em ratos no laboratório da Disciplina de Neurologia Experimental da UNIFESP - e que integra uma das linhas de pesquisa do Instituto Nacional de Neurociência Translacional - verificou que o ômega 3 é capaz de regenerar neurônios. A pesquisa aponta para a possibilidade de, no futuro, se criar drogas que possibilitem a regeneração cerebral de pessoas com epilepsia e alguns tipos de demências.
Para a realização da pesquisa, 20 ratos adultos foram separados em quatro grupos distintos, com livre acesso a água e comida. Ao primeiro grupo, chamado de controle sadio, foi administrado placebo. Ao segundo, que também era composto por animais sadios, foi incluído em sua dieta ômega 3. Nos grupos 3 e 4, formados por ratos com crises de epilepsia, foi administrado placebo a um e, ao outro, o ômega 3. A quantidade do ácido graxo administrado aos ratos foi compatível com a quantidade de ingestão de peixes recomendada a seres humanos, que é de três vezes por semana.
Após 60 dias ininterruptos de tratamento, a análise do tecido cerebral dos ratos mostrou que o ômega 3 foi capaz não apenas de minimizar a morte de células cerebrais dos animais com epilepsia, como também capaz de regenerá-lo, com a formação de novos neurônios.
- Com a descoberta, é possível dizer que o cérebro é capaz de se regenerar, o que é extremamente importante, já que crises prolongadas de epilepsia podem lesionar os neurônios - explica o neurocientista Fúlvio Alexandre Scorza, chefe da disciplina e coordenador da pesquisa. De acordo com ele, apesar de ter sido estatisticamente não-significante, o mesmo foi verificado nos animais sadios que ingeriram o ácido graxo.
Primeira descoberta foi o fator de proteção
Em 2008, Scorza e sua equipe de pesquisadores já haviam verificado que esse ácido graxo - encontrado em maiores concentrações no salmão, no atum e na sardinha - ajudava a prevenir a morte neuronal em ratos com crises de epilepsia. Isso, graças ao seu potencial de aumentar a produção de proteínas que capturam a entrada do cálcio no neurônio e, conseqüentemente, diminui a morte dessas células.
- Observamos, também, que o ômega 3 agiu como antiinflamatório no tecido cerebral dos animais com processo inflamatório crônico por conta das crises epiléticas - explica.
Após os resultados encontrados, estudos sobre o efeito da adição do ômega 3 na dieta de crianças com epilepsia refratária - de difícil controle - estão sendo conduzidos por médicos da UNIFESP e da USP de Ribeirão Preto. Entretanto, segundo o pesquisador, o principal tratamento da doença ainda é medicamentoso e a adição do ácido graxo na alimentação desses pacientes é apenas coadjuvante para tentar minimizar as crises.


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