26 de julho de 2011

Mais um estudo sugere que combinação de aeróbica e musculação é melhor exercício para diminuir riscos de diabetes e doenças cardíacas.

NOVA YORK - Uma combinação de treino de musculação e exercícios aeróbicos pode ser a melhor maneira de pessoas acima do peso diminuírem fatores de risco de diabetes e doenças cardíacas, sugere um novo estudo. A pesquisa realizada nos Estados Unidos mostra que indivíduos que fazem apenas exercícios aeróbicos também perdem peso e medidas na cintura, o que indica que um programa apenas com aeróbica é uma boa (e mais rápida) opção.

Já os voluntários que participaram do estudo e que fizeram apenas musculação tiveram muitos poucos benefícios em termos de saúde cardíaca, apesar de terem ganhado força.

- A combinação de aeróbica e musculação é claramente o programa ideal - disse Timothy Church, que estuda exercícios e doenças no Centro Pennington de Pesquisa Biomédica da Universidade Estadual de Louisiana em Baton Rouge.

As descobertas estão de acordo com outra recente pesquisa e com diretrizes de atividade física que indicam um mix de um pouco de treino de resistência com exercício aeróbico regular.

Pesquisadores liderados por Lori Bateman do Centro Médicos Universitário Duke em Durham, na Carolina do Norte, distribuiu 196 adultos sedentários acima do peso em três diferentes programas de exercícios.

Um grupo fez treino de resistência três dias por semana, usando em oito aparelhos diferentes para trabalhar os músculos da parte superior e da parte inferior do corpo. Um segundo grupo fez duas horas de treino aeróbico por semana em máquinas de ginástica. O terceiro grupo fez os exercícios aeróbicos e de resistência.

Mais de um quarto dos voluntários desistiram do estudo durante os oito meses de pesquisa e outros não completaram todos os requisitos pedidos pelos pesquisadores. Assim, no fim, Bateman e seus colegas analisaram os padrões pré e pós exercícios de 86 participantes.

Em média, as pessoas que participaram do treinamento de resistência ganharam cerca de 1,5 quilo e algumas medidas na cintura, sem alterar seus fatores de risco para diabetes e doenças cardíacas. Os que participaram do grupo de exercícios aeróbicos perderam uma média de três quilos e um pouco de cintura. Já as pessoas que combinaram os dois tipos de programa se livraram de quatro quilos e 2,54 cm de cintura. O grupo também viu cair a pressão arterial diastólica (nível mínimo) e os pontos da síndrome metabólica (combinação dos fatores de risco de diabetes e de doenças cardíacas).

No entanto, análises estatísticas mostraram que os participantes fazendo aeróbica e musculação não apresentaram necessariamente melhores resultados do que aqueles que apenas fizeram o treinamento aeróbico. Os pesquisadores disseram que não estava claro se os benefícios aparentes do programa combinado foram devido aos efeitos do treinamento com peso, ou ao maior tempo gasto na academia.

O treinamento de resistência trabalha músculos e ossos, que podem aumentar o peso corporal, embora trate-se de uma massa corporal mais magra e forte. Tanto o grupo da aeróbica quanto o que combinou os exercícios reduziram seus níveis de triglicerídeos - um tipo de gordura no sangue.

4 de julho de 2011

Estudo mostra que há relação entre tamanho dos dedos e do pênis.

Estudo mostra que há relação entre tamanho dos dedos e do pênis
Quanto menor o indicador em comparação ao anelar, maior o pênis.
Testosterona pré-natal determina o desenvolvimento dos dedos.
Da Reuters

As mãos podem revelar mais sobre seus donos do que se costuma pensar, especialmente no caso dos homens.

Homens cujos dedos indicadores são mais curtos que os dedos anelares podem ter pênis mais compridos, segundo um estudo sul-coreano publicado no "Asian Journal of Andrology".

"De acordo com nossos dados (...) quanto mais curto é o dedo indicador em comparação com o anelar, maior será o comprimento de seu pênis estendido", escreveu Tae Beom Kim, do departamento de urologia do Hospital Gil da Universidade Gachon, em Incheon, Coreia do Sul, respondendo a perguntas da Reuters.

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Tamanho do dedo anelar pode ajudar a revelar doença motora, diz estudo Tamanho do indicador aponta risco de câncer de próstata, diz estudo Comprimento de dedo masculino pode prever sucesso no mercado financeiro Estudos anteriores mostraram evidências fortes de que a testosterona pré-natal pode determinar o desenvolvimento dos dedos e também o comprimento do pênis. Kim e seus colegas estudaram a relação entre esses dois fatores.

O estudo envolveu 144 homens com problemas urológicos que não afetaram o comprimento de seus pênis, que foram medidos sob anestesia.

Mais tarde, as medidas foram comparadas à diferença entre os dedos indicadores e anelares de suas mãos direitas. Estudos anteriores revelaram que a mão direita pode ser mais sensível à influência da testosterona.

A chamada "razão entre dígitos" revelada neste estudo refere-se ao comprimento do dedo indicador dividido pelo comprimento do dedo anelar. Quanto mais baixa é a razão, sugere o estudo, mais longo pode ser o pênis.

'Utilidade clínica'
As descobertas proporcionaram "evidências circunstanciais de que a testosterona pré-natal é responsável pelas duas características (comprimento do pênis e formação dos dígitos)", disse Denise McQuade, do Skidmore College, de Nova York, que não participou do estudo.

"A razão entre os dedos é algo fácil de medir, de maneira não invasiva, mas pode fornecer pistas sobre a história pré-natal dos indivíduos. Assim, combinada com outras informações, a razão entre os dígitos tem potencial utilidade clínica", escreve McQuade em resposta a perguntas da Reuters.

Os dedos indicador e anelar das mulheres tendem a ter comprimento aproximadamente igual, disse ela.

3 de julho de 2011

Avanços da medicina aumentam expectativa de vida para quem já esta na faixa dos 40 anos.

Quem tem por volta de 40 anos de idade hoje, ou menos, pode ir se preparando: se os especialistas estiverem certos, suas chances de chegar aos cem serão muito maiores, e em condições muito próximas das que vive atualmente. Este acréscimo na expectativa e qualidade de vida virá de diversos avanços esperados para as próximas décadas em áreas como medicina regenerativa, células-tronco e biologia molecular que, segundo alguns, não vão só interromper o processo de envelhecimento como podem até revertê-lo.

- Nos últimos 100 anos houve um aumento da expectativa de vida em mais de 30 anos - lembra o neurocientista Stevens Rehen, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro que, a partir da quinta-feira, ministra o curso "Morrer é inevitável? As bases científicas da longevidade" no Polo de Pensamento Contemporâneo (POP), no Rio de Janeiro. - Agora, os cálculos são que, no próximos 30 anos, a cada ano que você vive, vai conseguir viver mais um em virtude do que está sendo descoberto e aplicado pela medicina. Há um avanço muito grande que mostra que há formas de subverter ou manipular essa expectativa de vida entendendo melhor como funcionam as células e o organismo.

O importante é viver mais e bem

Segundo Rehen, o limite atual da vida humana foi dado pela pessoa mais longeva do mundo, a francesa Jeanne Calment, que faleceu em 1997 aos 122 anos e 164 dias de idade. Ele destaca, no entanto, que de nada adianta alcançar uma vida tão longa com um organismo decrépito.

- O importante não é só viver mais, mas viver mais e bem - diz. - A ciência está avançando e conseguimos entender cada vez mais como funciona o organismo e como se pode reverter alguns aspectos do envelhecimento. Não é para a pessoa criar nesse momento a expectativa de que vai viver 150, 200 ou mil anos, mas que, a partir da percepção do avanço da ciência, ela vai ter uma qualidade de vida muito melhor lá na frente.

Para Rehen, a chave da longevidade está nas pesquisas sobre os telômeros. Estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos, eles funcionam como capas protetoras dessas extremidades, com um papel muito importante na manutenção da integridade do genoma. Os telômeros impedem, por exemplo, a fusão de terminais de diferentes cromossomos ou sua degradação por enzimas que, na falta destas estruturas, considerariam o material dos cromossomos como DNA danificado, desfazendo-os como um cadarço de sapato que perde o adesivo protetor de suas pontas. Recentemente, a cientista Maria Blasco, do Centro Nacional de Pesquisa de Câncer da Espanha, inventou um exame de sangue que pode mostrar o quão rápido uma pessoa está envelhecendo medindo o comprimento de seus telômeros. O teste está previsto para ser posto à venda em 2012.

- Estamos conhecendo cada vez mais sobre os telômeros - conta Rehen. - Há uma série de evidências científicas de uma relação direta entre a longevidade e o comprimento dos telômeros, isto é, quanto menores eles são, menor a capacidade da célula em se dividir. E, quando ela para de se dividir, começa o que chamamos de senescência, que seria a chave do processo de envelhecimento.

Embora o envelhecimento seja um processo natural de desgaste do organismo, não há provas científicas de que ele não possa ser interrompido e seus danos reparados, reforça Aubrey de Grey, pesquisador da Universidade de Cambridge e fundador do projeto SENS (sigla em inglês para "estratégias para engenharia de uma senescência negligenciável").

- No momento, há sim um limite para a vida humana, pois os processos químicos envolvidos na própria vida causam a acumulação de danos moleculares e nas células que a medicina ainda não pode reparar - explica. - Por outro lado, a medicina do futuro deverá ser capaz de reparar todos esses danos e, dessa forma, remover este limite completamente.

Medicina poderá reparar danos

De Grey conta que seu projeto classifica esses danos em sete categorias principais e detalha propostas de como eles podem ser consertados:

- Em resumo, a perda de células em órgãos importantes do corpo seria revertida com terapias com células-tronco; as células malignas resistentes atacadas com toxinas genéticas ou imunológicas; células que se multiplicam demais seriam paradas até impedirmos que estendam os telômeros nas pontas de seus cromossomos; o "lixo" molecular do lado de fora das células seria movido para seu interior por ferramentas do sistema imunológico e o "lixo" molecular dentro delas, por sua vez, degradado por enzimas de bactérias; mutações nas mitocôndrias seriam reparadas com o uso de cópias de seus genes nos núcleos das próprias células; e a matriz intracelular seria restaurada para sua elasticidade da juventude com drogas que quebrem as ligações químicas indesejáveis que ela acumula.

Na opinião de Rehen, quem encara projetos como o de De Grey e outros semelhantes como um desafio à "ordem natural das coisas" ou uma tentativa de "brincar de Deus" não leva em conta toda a própria história da evolução da nossa espécie.

- Claro que De Grey usa uma série de jargões, como dizer que vamos viver mil anos, para conseguir mais visibilidade para a própria fundação - ressalva. - Mas o homem, desde que começou a evoluir, subverte a natureza. O ser humano é a única espécie do planeta capaz de subverter a seleção natural de Darwin. A discussão entre o que é natural ou não já caiu por terra desde que o homem começou a se organizar e aumentar a própria expectativa de vida.

O neurocientista cita ainda como exemplo de pistas dadas pela natureza na busca pela longevidade o caso de um roedor africano conhecido como rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber). Enquanto a maioria das espécies de roedores tem uma expectativa de vida máxima de dois anos, esses ratos vivem até 28 anos, quase 15 vezes mais.

- Ele é um mamífero que consegue aumentar sua longevidade naturalmente - diz. - Sabemos que a incidência de câncer em roedores é altíssima. Por isso, se não é comido por um predador, ele acaba morrendo num período de dois anos. Já o rato-toupeira-pelado tem a vantagem de conseguir evitar quase por completo a formação de tumores, produzindo em grandes quantidades uma proteína chamada P27 que detém o processo. A partir do momento em que a gente identifica esses exemplos na natureza, fica mais fácil perceber que pode haver um aumento real da nossa longevidade.

Não existe receita milagrosa

Tanto Rehen quanto De Grey, no entanto, reconhecem que ainda serão necessárias muitas pesquisas para que o sonho de uma juventude eterna, ou pelo menos uma velhice prolongada e saudável, vire realidade. Enquanto os avanços da medicina regenerativa não chegam aos leitos dos hospitais e aos balcões das farmácias, o melhor é se cuidar, mantendo uma dieta balanceada, praticando exercícios físicos e reduzindo o estresse, aconselha o professor da UFRJ.

- Dados recentes mostram que estresse, sedentarismo e obesidade levam ao encurtamento dos telômeros - lembra Rehen. - Não existe uma receita milagrosa. Eu mesmo estou buscando a minha, mas sei que não posso levar, aos 40 anos, a vida que tinha aos 20. O importante agora é conseguir viver o máximo possível com qualidade, pois a expectativa é muito boa para os próximos 30 anos baseado no que está acontecendo no mundo em termos de evolução da área de gerontologia. A quantidade de artigos e trabalhos é para deixar todo mundo bastante esperançoso e com expectativas boas de viver pelo menos mais 30 anos muito bem.