30 de abril de 2012

Alta no número de obesos em Curitiba acende alerta contra pressão alta

Doença atinge 30% dos brasileiros e pode provocar infarto e derrame.

Dados do Ministério da Saúde revelam que a proporção de pessoas acima do peso em Curitiba cresceu nos últimos seis anos. O percentual de obesos subiu de 12,3%, em 2006, para 16% em 2011. Com relação ao excesso de peso, houve um aumento de 7%, ou seja, 50% da população estão inseridos neste quadro. O número é maior que a média brasileira de 48,5%. O excesso de peso e a obesidade são vilões da boa forma e estão entre as principais causas da hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta.

A doença pode provocar sérias complicações, como infarto, derrame cerebral, insuficiência cardíaca e renal. O problema atinge 30% da população nacional, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. E por isso autoridades da área de saúde tentam alerta a população. Nesta quinta-feira (26), é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão.

Hipertensão atinge 30% da população brasileira (Foto: Michel Willian/SMCS/DIvulgação)

De acordo com o professor de Cardiologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Francisco Maia existe uma relação direta entre a obesidade e a hipertensão. "Pesquisas revelam que a redução de 10 kg já diminui a pressão arterial em consideravelmente", explicou.

Para ser considerado hipertenso, o indivíduo precisa manter a pressão arterial acima de 14/9, explica Maia. "É um inimigo silencioso. Muitas vezes as pessoas não têm nenhum sintoma", adverte o médico.

É o caso do procurador aposentado Osmar Rodrigues. Aos 40 anos, ele descobriu que tinha hipertensão. "Minha pressão chegou a 18/10. Mas, como não me trazia mal estar, não procurei tratamento", confessou. Hoje com 63 anos, Osmar se arrepende por não ter sido mais cuidadoso com sua saúde. "Não é aconselhável esperar como eu esperei. A doença agravou-se e agora tenho também diabetes e problemas no coração", contou. O procurador conseguiu controlar a pressão com uma mudança nos hábitos e com o auxilio de medicação. Ele incluiu caminhadas e aderiu a uma alimentação balanceada.
Mas nem sempre é fácil manter-se na linha. "Uma alimentação saudável exige certa disciplina. Não pode exagerar", contou o professor Orlando Frizanco. Em 2000, ele descobriu que era hipertenso e a notícia provocou uma transformação em seus hábitos. "Passei a comer nos horários certos, inclui a salada na dieta e evito gorduras ou frituras", exemplificou.

Para Everton Dombeck cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, o paciente precisa tomar consciência da gravidade da doença. "Hoje há muita informação. Todos sabem o que precisa ser feito para ter uma vida saudável, mas falta operacionalizar essa mudança de hábito", admitiu.

A obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o estresse, aliados a fatores genéticos são as principais causas de hipertensão. "Pessoas com elevados níveis de colesterol e diabéticos também têm mais probabilidade de desenvolver a doença", acrescentou.

Outro vilão é o sal, quando consumido em exagero. A quantidade não deve passar de três gramas diárias, que correspem a três colheres rasas de café.
A hipertensão não tem cura, por isso é preciso investir na prevenção, advertiu o cardiologista. "Quem não têm a doença deve medir a pressão a cada dez dias. Já os pacientes hipertensos precisam aferir de duas a três vezes por semana", relevou. Segundo ele, os jovens também devem realizar o exame a cada três meses.

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