25 de setembro de 2010

Barriga denuncia risco cardíaco, e gordura visceral é mais perigosa

Edição do dia 24/09/2010

Qual a relação entre a gordura visceral e as doenças no coração? A pesquisa do InCor mostrou que a quantidade desse tipo de gordura era muito maior nas pessoas com problemas cardíacos.

Elas estão aí para quem quiser ver. De uns tempos para cá, passaram a ser quase uma denúncia. A barriguinha é um risco para o coração, mas quem tem deve se preocupar. E o teste da fita métrica ainda está valendo. Para os homens, o limite para a cintura é de 94 centímetros. E para as mulheres, 80 centímetros. É claro que isso varia um pouco de pessoa para pessoa. Mas, em geral, acima desses números, o coração pode estar em risco. E não se esqueça: o jeito certo de medir é onde terminam os ossos do quadril.

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No caso do administrador de empresas Sérgio Custódio, uns poucos centímetros a mais do que é recomendado esconderam um problemão. No ano passado, ele sentiu dores enquanto corria, e o médico pediu um exame, um cateterismo. “O cateterismo confirmou 90% de obstrução, e foi necessário fazer uma angioplastia em dezembro de 2009”, lembra.

A angioplastia que Sérgio teve que fazer é uma técnica usada para facilitar a passagem do sangue na artéria obstruída.

Hoje, ele está de volta ao InCor, em São Paulo, onde participou de uma pesquisa sobre a gordura abdominal e vai direto para o tomógrafo. A máquina faz uma espécie de raio-x extremamente detalhado das gorduras que estão escondidas dentro da barriga, onde a fita métrica não consegue registrar.

A tomografia do Sérgio revela a gordura que não se vê: a chamada gordura visceral, muito perigosa para a saúde do coração.

Qual a relação entre a gordura visceral e as doenças no coração? A pesquisa do InCor mostrou que a quantidade desse tipo de gordura era muito maior nas pessoas com problemas cardíacos, como o Sérgio.

“É uma gordura perigosa, porque é uma gordura metabolicamente ativa. Ela secreta, a todo momento, adipocitocinas. São produtos inflamatórios que acabam aumentando o risco de o indivíduo desenvolver doenças coronárias, em particular, placas de gordura na coronária”, explica o cardiologista Marcio Hiroshi Miname, do InCor/USP.

No fim, o exame não foi nada animador para Sérgio. Apesar de ter conseguido perder um pouco de peso, a barriga está maior. “De cara, eu vou intensificar os exercícios e vou procurar uma nutricionista para ver a questão da alimentação, alguma coisa talvez esteja errada nesta questão também”, afirma o administrador de empresas Sérgio Custódio.

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