4 de julho de 2010

Medicamento para ovulação é testado contra "menopausa masculina".

04/07/2010-10h33

FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO

Médicos urologistas estão testando um remédio feminino, usado para induzir a ovulação, no tratamento da andropausa, a chamada menopausa masculina. A andropausa é caracterizado pela queda drástica dos níveis de testosterona nos homens com mais de 40 anos, o que provoca, entre outros efeitos, queda na libido e dificuldades de ereção.

O tratamento padrão é feito com a reposição hormonal. Mas, segundo o urologista Celso Gromatzky, há dois anos estudos têm demonstrado benefícios no uso do medicamento feminino. "É uma boa opção de tratamento, especialmente para homens com histórico de doença cardíaca", diz. Leia abaixo trechos da entrevista que Gromatzky concedeu à Folha.

Folha - Há uma tendência de prescrever reposição hormonal para homens acima de 40 anos indiscriminadamente?
Celso Gromatzky - Há uma tendência forte de aumentar a indicação de reposição para homens com queda da testosterona. Não porque a doença tenha aumentado, mas porque hoje se conhece melhor o problema.

O que é andropausa?
Gromatzky - É uma deficiência hormonal que atinge cerca de 15% dos homens a partir dos 40 anos. A testosterona vai caindo lentamente com a idade, mas só 15% deles vão obter valores abaixo do normal. Ou seja, 85% dos homens terão níveis absolutamente normais durante a vida toda. Isso diferencia de forma muito clara a condição do homem e da mulher.

Então a andropausa é considerada uma doença? Gromatzky - Sim. A menopausa ocorre naturalmente em todas as mulheres. Mas a falta de hormônio não é parte do processo natural de envelhecimento masculino. Não sabemos por que esses 15% têm o problema.

E quais são os principais sintomas?
Gromatzky - Cai a libido, a qualidade da ereção piora e pode haver um prejuízo na intensidade do orgasmo.

Quais são os outros impactos na saúde?
Gromatzky - A falta de testosterona tende a causar pele seca e unhas quebradiças. Também causa a perda da massa muscular e pode favorecer o acúmulo de gordura na região abdominal. Já no sistema nervoso central, diminui memória, concentração, provoca perda da motivação e uma tendência à depressão. Aumenta o risco de osteoporose e fraturas.

Esses sintomas não se confundem com depressão?
Gromatzky - Sim. Para fazer o diagnóstico, o homem precisa ter o hormônio abaixo do nível normal associado a três ou mais sintomas.

Pode acontecer de o hormônio estar baixo e o homem não ter sintomas?
Gromatzky - Pode, e isso não caracteriza a andropausa. E, se ele tem sintomas, mas a dosagem do hormônio está normal, também não.

O diagnóstico é feito com um exame de sangue?
Gromatzky - Sim. A testosterona é uma molécula que percorre o sangue em três formas: uma delas é a testosterona livre, a fração que atua nos órgãos alvo. A outra é ligada à globulina SHBG, e a terceira, à albumina. O exame de sangue dosa a testosterona total, que é a soma dessas três formas, mas existe uma fórmula para calcular só a testosterona livre -que causa sintomas.

A reposição hormonal, então, é indicada apenas para esses homens?
Gromatzky - Exatamente. Expor um homem com os níveis normais à aplicação de testosterona sintética traz consequências. Uma delas é a diminuição da produção de espermatozoides. A outra é o aumento da viscosidade do sangue, que pode causar derrame ou infarto.

Existe um controle ou ainda há homens que fazem reposição sem necessidade?
Gromatzky - O uso indiscriminado de testosterona é um erro médico. Tanto que ela é um medicamento de controle especial.

Existe alguma novidade no tratamento?
Gromatzky - O tratamento é feito com hormônios sintéticos, aplicados por injeção intramuscular. Mas, nos últimos dois anos, alguns trabalhos demonstraram que o citrato de clomifênio, indicado para induzir a ovulação em mulheres, estimularia a fabricação de testosterona.

Essa medicação é usada aqui com essa finalidade?
Gromatzky - Sim, ainda na forma "off-label" [quando o médico recomenda um remédio para um uso não indicado na bula]. As experiências são positivas. É um caminho para pacientes que não podem receber hormônio.

Quem são esses pacientes?
Gromatzky - Aqueles que já sofreram um derrame ou infarto. Eles não podem correr o risco de aumentar a viscosidade do sangue. Mas deixo claro que é uma alternativa não consagrada.

A reposição é por tempo determinado?
Gromatzky - Não. Uma vez estabelecido o diagnóstico, é pouco provável que esse homem volte a fabricar testosterona naturalmente. Teoricamente, ele terá que fazer a reposição pelo resto da vida. Por isso é preciso muito critério para propor o tratamento.

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COMO O REMEDIO FEMININO AGE NO CORPO MASCULINO:
A Testosterona é o hormonio masculino responsavel pelas caracteristicas sexuais do homem. É tambem responsavel pela produção de esperma pelos testículos. Seus niveis normais são: de 300 a 1000 ng/dl.
Sintomas da andropausa: diminuição da libido, dificuldade de ereção, menor volume da ejaculação, perda da massa muscular, aumento da gordura corporal, osteoporose, cansaço, indisposição e preguiça, diminuição da memória e da concentração, insônia, mau-humor e depressão.
1) o citrato de clomifeno atua na hipófise estimulando a produção dos hormonios LH e FSH.
2) na mulher o LH e o FSH atuam nos ovários estimulando a ovulação.
3) nos homens o LH e o FSH atuam nos testiculos sendo que o FSH aumenta a produção de espermatozóides e o LH aumenta a produção de testosterona fazendo com que ela volte aos níveis normais.

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A reposição hormonal com injeções de testosterona bloqueia a ação da hipofise pelo seu mecanismo de feed-back, diminuindo a liberação de LH e FSH pela hipofise.
Os beneficios da reposição hormonal com a testosterona são o aumento da massa muscular, melhora da libido e das ereções, melhora da disposição fisica, diminuição da preguiça e da irritabilidade, aumento da massa óssea.
Os riscos da reposição hormonal com a testosterona são: o aumento da viscosidade do sangue favorecendo risco de trombose e doenças cardiovasculares, aumento do volume das mamas, maior risco de doenças hepaticas, atrofia dos testiculos e infertilidade.

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