3 de setembro de 2008

Disfunção erétil pode sinalizar hipertensão arterial, diabetes e depressão, afirma cardiologista.

Publicada em 03/09/2008 às 15h08m
Maria Vianna - O Globo Online*
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A dificuldade de ter ou manter uma ereção pode ser um dos primeiros indicadores de que há algo errado com a saúde. Doenças como a depressão, diabetes e pressão alta têm como um dos primeiros sintomas a impotência, afirma o cardiologista Marcelo Bertolami, diretor do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese, em São Paulo. No Brasil, cerca de 40% dos homens tem problemas de ereção, número que aumenta a medida que a idade avança, mas poucos procuram um especialista para tratar corretamente do problema. Dados do instituto apontam que 64% destes homens acabam descobrindo que a disfunção erétil é causada por outro problema de saúde, principalmente os ligados a pressão, ao colesterol e ao acúmulo de gordura nas artérias.
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- Nos casos de disfunção erétil, a transparência entre médico e paciente é ainda mais importante para que ele descubra se está com algum distúrbio grave em estágio inicial e que pode se manifestar de forma mais séria apenas daqui a anos. Em alguns casos, a mudança de hábitos sozinha já é o suficiente para reverter o quadro da disfunção - explica o cardiologista. Ele lembra que os medicamentos contra a impotência podem ser úteis em muitas situações, mas que não devem ser a primeira opção no tratamento da disfunção erétil, já que eles podem mascarar outras condições.
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- Um paciente que busca este tipo de medicamento sem fazer outros exames ou, pior, parte para a automedicação, está colocando a saúde em risco. Às vezes, o homem pode até conseguir a ereção, mas por causa de outra doença, não vai conseguir manter a relação sexual - diz Bertolami.
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Alguns medicamentos para hipertensão, como diuréticos e betabloqueadores, e as estatinas, usadas para tratar o colesterol alto, podem causar disfunções eretéis. Nestes casos, explica o médico, os remédios contra impotência são um aliado. Os medicamentos para disfunção erétil são contra-indicados para quem toma remédios a base de nitratos, e também para quem tem arritmias cardíacas, pressão alta ou baixa.
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- O homem precisa entender que não adianta apenas tomar um comprimido. Ele deve avaliar o estado de sua saúde e trabalhar para melhorar sua qualidade de vida. A disfunção erétil é sinal de que algo no organismo não vai bem e que costuma ter solução quando detectado em estágio inicial. É possível ter diabetes e cardiopatias, por exemplo, e ter uma boa vida sexual. Mas é claro que o quadro precisa estar sob controle - enfatiza.
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Para melhorar a saúde sexual, o cardiologista recomenda uma dieta equilibrada, a prática regular de exercícios, não fumar e moderar a ingestão de alcool.
- Nos homens mais jovens, a disfunção erétil pode ser sinal de problemas cardíacos. Não é preciso ter uma idade avançada para se ter algum distúrbio no coração. O Brasil, infelizmente, está entre os países com maior incidência de infartos entre jovens - completa.
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