17 de junho de 2008

Andropausa: novos tratamentos podem reduzir efeitos colaterais da reposição hormonal.

Publicada em 15/05/2008 Ystatille Gomes - especial para O Globo Online
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Do mesmo jeito que a mulher tem o climatério, o homem também sofre alterações hormonais que podem interferir em seu ciclo de vida. A Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), conhecida popularmente como andropausa, atinge cerca de 20% dos homens e é responsável pela diminuição da testosterona, hormônio que, entre outras funções, gerencia o desempenho sexual. Não há como impedir essa queda, mas de acordo com o endocrinologista Lian Tock, do grupo de estudos da obesidade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os novos tratamentos de reposição hormonal podem reduzir os efeitos colaterais.
- Antigamente, os métodos de reposição hormonal traziam maiores riscos de problemas hepáticos e aumento da próstata. Pessoas que tinham pré-disposição a câncer também podiam ter a doença desenvolvida através desses medicamentos. Hoje, os tratamentos não trazem todos esses efeitos e têm formas mais fáceis de aplicação - relata Tock.
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A novidade mais recente de reposição hormonal disponível no país é a injeção de aplicação trimestral que custa em torno de R$ 400 a dose. Há uma medicação nova, em forma de adesivo transdérmico, que, segundo os especialistas, também tem apresentado resultados eficazes, mas esta ainda não chegou ao Brasil. A reposição pode também ser feita por gel transdérmico de aplicação diária. O medicamento manipulado custa em torno de R$ 65,00 com duração de até um mês. Há também a administração via oral por comprimido que deve ser administrado duas vezes por dia. O preço vai até R$ 300. A medicação mais utilizada ainda são as injeções intramusculares feitas a cada 3 semanas, ao custo de R$ 10,00 por ampola.
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A alteração hormonal do homem começa a acontecer a partir dos 30 anos de idade. No entanto, as conseqüências da queda de testosterona são, geralmente, desencadeadas a partir dos 60. O urologista Eduardo José Andrade Lopes, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autor do livro "Andropausa: deficiência andrógena do envelhecimento masculino" (ed. LPM), alerta que essas mudanças acontecem de forma lenta e sutil, ao contrário do que acontece com a mulher na menopausa.
- Muitos homens, após os 60 anos de idade, sofrem uma baixa na testosterona, que determina o que é chamado popularmente de andropausa, um quadro clínico sugestivo da menopausa da mulher. Mas a menopausa é abrupta e tem um sintoma específico, que é o fim da menstruação e infertilidade. No homem, a alteração hormonal acontece a partir dos 30 de forma lenta e progressiva, caindo em torno de 1,2% ng/ml ao ano e não provoca a esterilidade. Essa queda, por ser sutil, geralmente passa despercebida - diz Eduardo José.
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Vale alertar que essa alteração hormonal não acontece com todos os homens e não causa, necessariamente, infertilidade. Os que estão mais pré-dispostos a desenvolver um quadro clínico de DAEM são os que possuem uma herança genética e os que têm maus hábitos alimentares, como alimentação rica em gorduras, alto consumo de bebidas alcóolicas e o consumo de cigarros, principalmente entre aqueles que forem diabéticos ou hipertensos.
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O professor Eduardo José Andrade acrescenta que quanto mais ascendentes acima de 80 anos o homem estiver, melhor será a sua composição genética e sua resistência à deficiência hormonal. Os sintomas da popularmente conhecida andropausa são preocupantes, podendo incluir desde diminuição do apetite sexual até a osteoporose.
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A testosterona tem efeito psicotrópico e, por isso, é responsável pelo dinamismo e pelo humor. Quando o homem sofre a queda da taxa hormonal, ele se torna irritável e perde o desejo pelo sexo, pelo trabalho. Além dos efeitos psicológicos, podemos citar também a perda da força muscular e a desmineralização óssea - causadora da osteoporose -, devido a ação anabolizante da testosterona.
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