12 de março de 2008

Genes podem indicar o risco de câncer de próstata.

Pesquisadores britânicos anunciaram hoje a descoberta de sete novos genes associados ao câncer da próstata que talvez possam ser usados para identificar com mais precisão os homens com maior risco de desenvolver a doença. De acordo com estudo publicado na revista científica Nature Genetics, alguns desses genes podem também levar a novos tratamentos. Os cientistas do Institute of Cancer Research vão realizar um novo estudo neste ano para tentar localizar os genes de risco em homens com um histórico de câncer na família. Os genes, identificados por meio de uma análise do código genético de 10 mil indivíduos, estão associados a mais de 50% dos casos de câncer da próstata.
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O câncer da próstata é o tipo de câncer mais comum nos homens britânicos. Atualmente, o único teste de laboratório disponível para identificar o câncer da próstata é um exame de sangue que detecta a presença do antígeno prostático específico (PSA na sigla em inglês). Mas o teste é pouco confiável. Entre 10% e 15% dos homens com altos índices de PSA, apenas de 2% a 3% recebem tratamento.
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Durante o estudo, os pesquisadores britânicos analisaram mais de meio milhão de variações de apenas uma letra no código genético de homens na Grã-Bretanha e na Austrália. Segundo os pesquisadores, os sete genes encontrados não haviam sido previamente associados ao câncer da próstata. Um deles, o MSMB, pode ser detectado no sangue e talvez venha a ser particularmente útil na identificação do câncer e no monitoramento da evolução da doença. Outro, o LMTK2, é um alvo em potencial para novos tratamentos, de acordo com os pesquisadores. Os cientistas afirmam que, dentro de três a quatro anos, será possível oferecer análises do perfil genético de uma pessoa para avaliar os riscos de que ela desenvolva um câncer na próstata. A partir daí, os médicos poderão decidir quem precisa ser monitorado mais regularmente e quem deve fazer uma autópsia.
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Ros Eeles, autora do estudo, disse que a descoberta pode ser muito útil para a saúde pública, permitindo um melhor direcionamento dos recursos, mas destacou que o teste ainda não está disponível. "Estamos fazendo um novo estudo porque precisamos ver quem vai se oferecer para o teste, quem vai se beneficiar, que tipo de resultados vão ser obtidos com as biópsias e que tipo de câncer vai se desenvolver", afirmou. O especialista em epidemiologia genética Doug Easton, da Universidade de Cambridge, responsável pela análise das informações coletadas pelo estudo, diz que os resultados vão auxiliar muito no entendimento de como o câncer da próstata funciona. Easton afirma que a maioria das pessoas possui pelo menos um dos genes identificados, mas a combinação de alguns deles é que aumenta o risco de um indivíduo.

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