23 de março de 2011

Sexo depois da aposentadoria.

Como os ingleses e os americanos, os brasileiros fazem mais sexo depois que param de trabalhar

Por Viviane d'Avilla

24/08/2010

A aposentadoria chegou. O que fazer com o tempo livre? Pesquisas revelam que para boa parte dos aposentados isso não é problema. Livres do estresse do trabalho e de grandes preocupações, a vida sexual do aposentado aumenta e ultrapassa, em quantidade, a de jovens que trabalham. Pesquisas na Grã Betanha, nos EUA e especialistas brasileiros comprovam que do Atlântico Norte ao Sul, não importa, o sexo é maior dentre os que param de trabalhar.

Uma pesquisa realizada pela internet na Grã-Betanha comprova que alguns aposentados têm duas vezes mais relações sexuais que os mais jovens que trabalham. Entre os aposentados, 29% fazem sexo mais de 11 vezes por mês, em comparação a 24% dos que trabalham em período integral, e a 20% dos que trabalham meio período. Nos EUA, segundo a Retirement Living TV, 73% dos aposentados com mais de 65 anos tem uma vida sexual ativa.

O sexólogo Pedro Juberg, membro titular da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, defende a idéia de que a terceira idade desfruta de tempo livre, menos estresse e, mais recentemente, foi beneficiada por uma gradual mudança na sociedade, que passou a ver o sexo nessa faixa etária com menos preconceito.

“O corpo envelhece, mas o desejo, as fantasias e a vontade não cessam. O sexo dentre a terceira idade deve ser visto como algo natural. A medicina com seu avanço proporcionou uma longevidade à vida sexual e este é um tema mais presente dentre os especialistas. Enquanto historicamente o tabu do sexo já passa por um declínio”, afirma Juberg.

A aposentadoria chega em um momento mais maduro da vida da pessoa e traz a oportunidade para uma vida com mais liberdade sexual. As cobranças pelo bom desempenho, no entanto, persistem. “Como o sexo se tornou presente e comum na vida da sociedade, a cobrança por um melhor desempenho e pela auto imagem é grande, o que prejudica o aproveitamento do ato. O ideal é que os casais aproveitem a maturidade e a intimidade para lidar com os eventuais fracassos momentâneos e também aproveitar as delícias que que esse sexo pode trazer. É fundamental relaxar, esse é o tempo, inclusive”, aconselha o especialista.

Quanto às limitações físicas e as mudanças biológicas, há quem diga que se a menopausa chegou a vida sexual parou. A psiquiatra e sexóloga Gilda Fucs defende a mudança da figura feminina e a desinformação sexual ainda como algo latente. “A desinformação existe em todos os níveis sociais e intelectuais, mas já se sabe que a baixa de estrógeno na menopausa não interfere no desejo sexual”, confirma Gilda.

Já para os homens, a chegada de medicamentos que potencializam a libido permitiu o equilíbrio nas funções eréteis. “A medicina acompanhou a expectativa de vida do ser humano e trouxe mais oportunidades de desfrutar dos prazeres dela. Hoje, o homem idoso tem maior abertura e estrutura para buscar auxílio quando problemas aparecem e isso é uma grande evolução”, diz Gilda.

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