1 de dezembro de 2011

Circuncisão masculina reduz em 60% transmissão de HIV.

OMS faz campanha em 14 países africanos com método indolor para retirada do prepúcio
O GLOBO

Publicado:
1/12/11 - 16h15
Atualizado:
1/12/11 - 18h42

A circuncisão masculina é uma prática com potencial de reduzir em até 60% os casos de transmissão do vírus HIV, especialmente nas relações sexuais entre homens e mulheres. Várias organizações internacionais vieram a público no dia internacional de combate à Aids para endossar a importância das campanhas públicas pela circuncisão masculina. O problema é que muitos governos não oferecem essa possibilidade entre os serviços públicos gratuitos de medicina, sobretudo no continente africano, hoje o de maior incidência de casos de Aids. Em discurso na Casa Branca, o presidente Barack Obama anunciou uma série de medidas de combate à Aids, entre elas a formação de dois fundos especiais, um para financiar a distribuição de preservativos gratuitos nos países que apresentam o maior número de casos, e outro, de US$ 4,7 milhões, para promover a circuncisão masculina em países do leste e do sul da África.


A ajuda americana vai reforçar a estratégia da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da agência da ONU para o combate à Aids (UNAIDS) de fazer das campanhas de circumcisão masculina um dos pontos fortes da ação internacional nos próximos dois anos. Um relatório da OMS revela que é possível evitar pelo menos 22% das infecções pelo HIV até 2025 em 14 países. Para conseguir atingir este objetivo, porém, será preciso convencer 80% da população masculina entre 15 e 49 anos a passar pelo procedimento. A OMS espera repetir em outros países o experimento que circuncisou mais de mil homens em Ruanda de forma indolor. O método usa dois anéis que comprimem uma região do prepúcio e interrompe a irrigação sanguínea nas fibras nervosas, de modo a retirar a pele sem que haja sensibilidade.


_ A OMS usa um dispositivo destinado a comprimir o prepúcio usando dois anéis. Esta compressão interrompe o fornecimento de sangue para a pele e permite que ela seja removida com facilidade _ avaliou o urologista Steven Kaplan, do New York Weil Cornell Medical Center, em entrevista para a Associated Press.

Com este procedimento, não há cirurgia e, no prazo máximo de uma semana, a pele do prepúcio é inteiramente removida, sem anestésicos, sem agulhas ou bisturi.

Profissionais de saúde, e não apenas médicos, podem ser treinados para usar o dispositivo PrePex, usado nas campanhas da OMS. Em Ruanda, o ministério da Saúde elogiou a campanha da OMS, pela segurança do procedimento e pela sua eficácia. O país tem 3% da população com diagnóstico positivo de HIV. E o governo espera circuncisar dois milhões de homens nos próximos dois anos com procedimento indolor.

_ Vários tipos de germes, vírus, bactérias podem manter-se escondidos sob o prepúcio, especialmente se a higiene masculina não é bem feita e constante. A circuncisão, neste caso, é um procedimento preventivo para várias doenças e não apenas Aids _ disse o urologista americano.


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