30 de julho de 2010

Dez benefícios do sexo para a saúde.

Manter relações sexuais frequentes pode trazer inúmeros benefícios para a saúde. Diversos estudos indicam que o sexo pode ajudar a aliviar o estresse, melhora a qualidade do sono, protege o sistema imunológico e afasta o risco de certos tipos de câncer. Confira abaixo os dez maiores benefícios da vida sexual ativa para a saúde:

Diminui o estresse - Um dos grandes benefícios do sexo é seu efeito na pressão arterial e na diminuição do hormônio cortisol, que fica elevado em situações estressantes, indica um estudo escocês publicado na revista 'Biological Psychology'. O levantamento mostrou que aqueles que fazem sexo antes de algum evento importante, como uma apresentação no trabalho, têm um desempenho melhor.

Aumenta a imunidade - Uma vida sexual ativa aumenta os níveis de um anticorpo conhecido como IgA, que protege o corpo de infecções como as gripes e os resfriados. Basta fazer sexo uma ou duas vezes na semana para ter o benefício, mostra um estudo feito pela Wilkes University, nos Estados Unidos.

Queima calorias - Faltou a academia? Opte pelo plano B. Trinta minutos de sexo queimam 85 calorias, em média. Para a sexóloga Patti Britton, presidente da Associação Americana de Educadores e Terapeutas Sexuais, as relações sexuais podem ser uma ótima forma de gastar calorias extras.

Aumenta a intimidade no relacionamento - Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh mostraram que os casais que têm mais contato físico são também os mais felizes. O motivo é a ocitocina, também conhecido como o hormônio do amor, que aumenta a empatia e a generosidade.

Melhora o sono - A ocitocina, que é liberada durante o orgasmo, também é um excelente sonífero.

Diminui a dor - Os hormônios liberados durante o sexo, entre eles as endorfinas, podem aliviar as dores de cabeça, da artrite e da TPM, indica um estudo publicado no 'Bulletin of Experimental Biology and Medicine'. Após a relação sexual, podemos ficar até 50% mais resistentes à dor.

Protege o coração - Pessoas mais velhas podem achar que uma sessão mais quente pode aumentar o risco de derrames, mas isto raramente é o caso, comprovaram pesquisadores na Inglaterra. O estudo, publicado no 'Journal of Epidemiology and Community Health', mostrou que não há relação entre os dois. Eles comprovaram também que manter relações uma ou das vezes por semana pode diminuir o risco de infartos pela metade.

Fortalece os músculos pélvicos - Um benefício inesperado do sexo é que ele pode evitar a incontinência na terceira idade, principalmente entre as mulheres.

Reduz o risco de câncer de próstata - Ejaculações frequentes, principalmente nos homens mais jovens, podem proteger contra os tumores na glândula após os 50 anos. Neste caso, o ideal é fazer sexo ao menos cinco vezes por semana para reduzir o risco de câncer por um terço. O estudo foi publicado no 'Journal of the American Medical Association'.

Melhora a autoestima - A autoconfiança aumenta naqueles que praticam sexo pelo menos uma vez por semana, mostra um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, publicado no 'Archives of Sexual Behavior'.

27 de julho de 2010

Homens com câncer de próstata de baixo risco passam por tratamentos agressivos sem necessidade.

Mais de 40% dos que estavam abaixo do padrão para biópsia tiveram a próstata removida, mostra pesquisa.

27 de julho de 2010 | 18h 45

CHICAGO - Muitos homens com câncer de próstata de baixo risco passam por tratamentos agressivos, aumentando o risco de efeitos colaterais graves, segundo pesquisadores americanos.

Os cientistas disseram que mais de 40% dos homens que estavam abaixo do padrão atual para fazer uma biópsia tiveram a próstata removida por meio de cirurgia, e um terço fazia radioterapia.

Eles argumentam que esforços para reduzir o limite do que é considerado anormal em testes de câncer de próstata aumentariam significativamente o número de homens com tumores que nunca iriam prejudicá-los e são tratados além do necessário.

"O enorme avanço na sobrevida tem sido atribuído à detecção precoce e ao tratamento", segundo escreveram Yu-Hsuan Shao, do Instituto de Câncer de Nova Jersey, e colegas na revista Archives of Internal Medicine. "No entanto, tem havido preocupações sobre um potencial diagnóstico exacerbado de câncer de próstata localizado."

Um estudo americano publicado no ano passado constatou que exames de próstata de rotina resultaram em mais de 1 milhão de homens diagnosticados com tumores que poderiam não sofrer efeitos adversos por causa disso.

O teste de câncer da próstata é mais frequentemente feito com exame de sangue que mede as concentrações sanguíneas de antígeno prostático específico ou PSA, uma proteína produzida na próstata que se torna elevada em homens com câncer. Geralmente, uma leitura de 4 nanogramas por mililitro é considerada normal. Mas em um grande estudo, o câncer de próstata foi diagnosticada em 15,2% dos homens com nível de PSA igual ou inferior a 4 nanogramas por mililitro, ou cerca de 2,4% do total.

Shao e seus colegas estudaram as práticas de tratamento entre 124 mil homens no grupo de baixo risco que foram diagnosticados com câncer de próstata entre 2004 e 2006. Nos homens com valores de PSA de 4 nanogramas por mililitro ou menores - o limite atual para obter uma biópsia -, 44% tiveram a próstata removida e 33% recebiam tratamento de radiação.

"Apesar do menor risco de uma doença clinicamente significativa, as taxas de tratamento para homens com valores de PSA de 4 nanogramas por mililitro ou menores foram comparáveis aos dos homens que apresentam valores de PSA entre 4 e 20 nanogramas por mililitro", escreveram Shao e os colegas. Eles estimam que a redução do limiar de tratamento de 4 para 2,5 nanogramas por mililitro dobraria o número de homens considerados com níveis anormais de PSA, o que chegaria 6 milhões de pessoas.
E eles estimam que 82,5%, ou 1,9 milhão desses homens receberiam um tratamento agressivo, apesar de apenas 2,4% terem câncer de alto grau.

"Esses resultados destacam o fato de que o nível de PSA, atual biomarcador, não é uma base suficiente para as decisões de tratamento". Os pesquisadores disseram que, sem uma tecnologia que permita aos médicos distinguir um câncer agressivo de um leve, reduzindo o limiar da biópsia, "pode haver o aumento do risco de diagnóstico e tratamento excessivos".

O câncer de próstata é o segundo câncer mais comum em homens depois do câncer de pulmão, matando cerca de 254 mil homens por ano em todo o mundo. O diagnóstico em excesso pode levar a tratamentos como cirurgia, radioterapia e terapia hormonal que causam sérios efeitos colaterais, como impotência e incontinência urinária.

26 de julho de 2010

Mulheres usam gritos e sussuros para controlar o parceiro durante o sexo, mostra estudo.

Publicada em 26/07/2010 às 17h48m
O Globo

Estudo publicado na "Archives of Sexual Behavior" revela que os aparentemente incontroláveis gritos e sussurros das mulheres durante o orgasmo são, na verdade, um jogo de cena para manipular os homens.

Os cientistas Gayle Brewer, da Universidade de Central Lancashire, e Colin Hendrie, da Universidade de Leeds, fizeram um estudo sobre o tema com 71 mulheres (com idades que variavam dos 18 aos 48 anos). Eles separaram as vocalizações de prazer sexual em diversas categorias, que incluiam "silêncio", "gemidos", "gritos", "palavras e expressões" (como o nome do parceiro) ou "comandos" (como "não para". Eles também perguntaram as mulheres envolvidas no estudo por que elas emitiam determinados sons, em que ponto chegavam ao orgasmo, se chegavam mesmo ao orgasmo, e, se não chegavam, por que todos os ruidos.

A conclusão, segundo Brewer, é que as mulheres fazem as vocalizações de forma consciente com o objetivo de influenciar seu parceiro, e não como uma expressão direta de grande excitação sexual. Não se trata necessariamente de algo interesseiro ou ruim, explicam os especialistas.

Por exemplo, "mulheres dizem usar essas vocalizações para apressar a ejaculação do parceiro quando estão entediadas, cansadas, com algum desconforto ou sem tempo", diz Brewer. Na maioria das vezes, elas estão tentando ser legais.

"É importante notar que 92% das participantes sentiam que tais vocalizações aumentavam a auto-estima do parceiro", sustenta o estudo. "E 87% delas diziam lançar mão do expediente com esse propósito."Em outras palavras, os sons emitidos não se tratam da expressão vocal de uma excitação fora de controle. Na verdade, quando as mulheres estão muito excitadas, durante o sexo oral, por exemplo, ou quando estão realmente perto de ter um orgasmo, os gritos não são comuns.

E, é claro, como bem provou Meg Ryan na famosa cena do filme "Harry e Sally", as mulheres podem usar a voz para fingir um orgasmo. No levantamento, mais de 25% das mulheres admitiram usar as vocalizações para fingir um orgasmo. E elas fariam isso em 90% dos casos em que percebem que não vão chegar lá. Segundo os cientistas, elas fariam isso porque, muitos homens, esperam pelo orgasmo feminino.

18 de julho de 2010

O prazer delas ficou importante. Para eles.

Uma pesquisa sobre comportamento sexual masculino sugere que eles mudaram. Mas ainda mentem sobre seu desempenho.
Fernanda Colavitti

QUALIDADE
O empresário Evandro Gomes, em um shopping de São Paulo. Ele confirma: os homens já se importam menos com quantidade Para o empresário paulistano Evandro Gomes dos Santos, de 25 anos, satisfação sexual está ligada mais à qualidade da relação sexual do que à quantidade de parceiras. Para que uma transa seja boa, afirma, é fundamental que a mulher também fique satisfeita. “Não me importava com isso, mas, de tanto ouvir reclamações sobre homens egoístas na cama, percebi que precisava mudar.” O discurso de Evandro está afinado com o da maioria dos 3.026 homens ouvidos em uma pesquisa sobre comportamento sexual masculino realizada no mês passado em cinco capitais brasileiras pela Sociedade Brasileira de Urologia – em parceria com o laboratório Bayer Schering Pharma. Questionados sobre o que consideram mais importante em relação ao sexo, a qualidade da relação sexual e a satisfação da parceira ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares de uma lista com seis itens (leia o quadro). Em primeiro lugar, claro, ficou a própria satisfação.

Os especialistas dizem que o resultado desse levantamento aponta mudanças importantes no comportamento masculino. A sexóloga Carla Cecarello, que coordenou a pesquisa, diz que é nova essa preocupação com a satisfação da parceira. Mas que não se trata de altruísmo. “Se ele consegue satisfazer a mulher, isso contribuiu para reafirmar sua virilidade”, diz ela. Trata-se, também, de uma adaptação ao novo mercado sexual. Os especialistas são unânimes em apontar as exigências femininas como o principal motor da mudança na atitude dos homens. O sociólogo Dario Caldas, organizador do livro Homens – Comportamento, identidade, crise, vaidade, lembra que as transformações do papel feminino durante o século XX modificaram a relação das mulheres com seu corpo. Elas passaram a fazer sexo por prazer. E a exigir prazer. A experiência do cirurgião vascular Carlos Araújo, especialista em disfunção erétil, corrobora essa teoria. Ele diz que metade das consultas em seu consultório é marcada pelas parceiras dos pacientes, que acompanham de perto o tratamento. “As mulheres não se contentam mais em satisfazer o companheiro e ficar insatisfeitas”, diz ele.

Outra mudança de comportamento revelada pela pesquisa é a maior disposição masculina em discutir a própria vida sexual. Ao contrário das mulheres, os homens só falavam do assunto para contar vantagens. Agora, mais de 64% dos entrevistados dizem discutir abertamente sua intimidade. “Achei significativo tantos homens se dizerem dispostos a falar desse assunto com liberdade. Isso sinaliza que o tema está deixando de ser tabu”, afirma Dario Caldas. O sociólogo adverte, porém, que nem tudo o que os homens falam sobre sexo deve ser levado ao pé da letra. “Eles fantasiam”, afirma. Em outra palavra, mentem. A mentira mais comum é sobre a frequência das relações sexuais. “Eles dizem aquilo que acham que a sociedade espera deles”, afirma Caldas.

Esse tipo de atitude defensiva se insinua nos resultados da pesquisa: 61,7% dos entrevistados disseram transar de duas a quatro vezes por semana. E 31% acham que “o ideal” é transar mais de cinco vezes na semana. Exagero? Provavelmente. Numa pesquisa nacional realizada no ano passado pelo Instituto Datafolha, 23% dos entrevistados disseram não ter feito sexo entre janeiro e setembro de 2009...

O urologista Archimedes Nardozza Jr., presidente do braço paulista da Sociedade Brasileira de Urologia, descobriu outra informação dúbia. Mais de 81% dos entrevistados disseram nunca ter tido problemas de “disfunção erétil”. Mas os dados nacionais, segundo o médico, sugerem que metade da população masculina já teve dificuldade de ereção alguma vez na vida. “Isso eles não admitem nem para os médicos”, afirma Nardozza Jr.

Por que tamanha negação? É ainda o medo de parecer menos macho. A sexóloga Carla Cecarello diz que, para a maioria dos homens brasileiros, admitir alguma dificuldade relacionada à ereção ainda equivale a assumir que não é “homem o suficiente” – uma obsessão marcante entre os povos latinos. Carla diz que os americanos têm uma visão do prazer na qual homem e mulher são corresponsáveis pela satisfação na cama. Na cultura asiática – por comparação –, a responsabilidade recai sobre a mulher: ela tem a obrigação de satisfazer o parceiro. Para os latinos, porém, o homem é quem tem de se mostrar o tal. O paulistano Evandro concorda: “Temos de ser fortes e infalíveis. Quem sai dessas regras está fora do jogo”. E ele, já saiu alguma vez? “Se eu saísse, não teria problema em admitir.” A pesquisa sugere que a maioria não funciona assim.

Perguntas e respostas da pesquisa:

Frequencia sexual declarada:
Duas a quatro vezes por semana - 61,7%
Uma vez por semana - 19,43%
Cinco ou mais vezes por semana - 15,93%
Não responderam - 2,94%

Frequencia sexual desejada:
Duas a quatro vezes por semana - 59,09%
Cinco ou mais vezes por semana - 31,06%
Uma vez por semana - 7%
Não responderam - 2,85%

O que consideram importante:
A própria satisfação - 46,6%
Qualidade da relação sexual - 43,33%
Satisfação da parceira - 33,93%
Tempo de ereção - 20,52%
Quantidade de relações sexuais - 18,71%
Quantidade de parceiras - 13,49%

Com quem falam sobre sexo:
Amigos - 41,39%
Parceira - 31,09%
Médico - 9,36%
Família - 8,37%
Não falo sobre isso - 8,01%
Não responderam - 1,78%

Já tiveram problema de disfunção erétil:
Sim - 81,36%
Não - 13,22%
Não responderam - 5,42%

Satisfação com a vida sexual:
Satisfeitos - 86,95%
Insatisfeitos - 11,04%
Não responderam - 2,01%

7 de julho de 2010

Senado aprova projeto de lei que pune quem difama pai e mãe para os filhos

07/07/2010 - 13h31

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira projeto de lei que pune pais e mães separados que trabalham para desconstruir a imagem do ex-parceiro para os filhos --conhecida como alienação parental. Por unanimidade, os senadores aprovaram o projeto que tipifica a prática na legislação brasileira.

Projeto de lei pune quem difama pais para os filhos

Atualmente, não há na lei nenhuma referência à alienação parental. Com a mudança, pais e mães separados ficam proibidos de prejudicar a imagem que o filho tem do ex-parceiro ou mesmo difamar o seu ex-cônjuge.

"O projeto vai impedir que essas práticas continuem. Quando uma separação não é bem aceita, não pode se reverter em algo nocivo para os filhos", disse o presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

O projeto, além de criar a figura legal da alienação, descreve em detalhes as suas manifestações --como dificultar o acesso à criança e omitir informações do filho ao genitor. O texto também estabelece punições ao alienador que vão de multa e advertência à inversão da guarda da criança, passando pela determinação de acompanhamento psicológico .

Como o texto foi aprovado em caráter terminativo na comissão, sem a necessidade de ser votado em plenário, o texto segue para sanção presidencial --se nenhum parlamentar apresentar recurso no prazo de cinco dias para votação em plenário. O projeto já havia sido aprovado na Câmara.

Integrante da ONG Apase (Associação de Pais e Mães Separados), Analdino Paulino comemorou a aprovação da matéria ao lado da filha de 14 anos. "A gente viveu isso na pele, trabalhamos no andamento desse projeto. Sabemos que outros pais e crianças não vão sofrer o mesmo problema. Os casais vão ter responsabilidade para resolver os problemas com harmonia", disse.

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Livro de homem que chegou a pesar 200kg ensina como emagrecer sem dieta ou rotina puxada de exercícios.

Publicada em 07/07/2010 às 09h27m
Maria Vianna

RIO - Com quase 200 quilos, o economista Jon Gabriel vivia sempre exausto e doente. Por causa dos quilos a mais, não conseguiu embarcar no voo 93 da American Airlines, um dos aviões que derrubaram as Torres Gêmeas, e teve uma nova oportunidade para viver. A experiência de quase morte foi o impulso para que ele, que tinha começado a fazer dietas na adolescência, gasto milhares de dólares em consultas com o Dr. Atkins e estava completamente viciado em açúcar, mudasse seus hábitos de vez.

Gabriel começou a estudar bioquímica e associou suas descobertas a outras técnicas, como a visualização e o autoconhecimento. Nascia assim o 'método Gabriel', programa que virou livro e que o ajudou a emagrecer mais de 100 quilos. Em entrevista ao site do Globo, ele explica a fórmula do sucesso.

O que difere seu método dos outros disponíveis no mercado?
Acho que a principal diferença é que quase todos os métodos de emagrecimento focam em comer menos e se exercitar mais, e param por aí. Existe aquela lógica de que gastar mais calorias do que você ingere automaticamente gera um emagrecimento. Isso é verdade, mas só até certo ponto. Por isso que acredito que dietas restritivas não funcionam. É difícil manter o peso perdido, e só contar calorias ou malhar um pouco mais não é a resposta. No 'método Gabriel', levamos em consideração todos os motivos que fizeram a pessoa engordar e que dificultam sua perda de peso. Quase sempre, uma pessoa não é gorda só porque ela come demais. Mas é muito difícil fazer a associação de outros problemas da vida com o ganho de peso.

Qual foi sua principal motivação para emagrecer?
Eu estava horrível, fisicamente e psicologicamente. Acho que o que me motivou mais foi o quanto eu me sentia mal. Aquele excesso de peso estava empacando a minha vida, me sentia completamente travado. Nada na minha vida - trabalho, relacionamentos, amizades - estava indo bem. Esse sentimento horrível, sem dúvida, foi o que mais me motivou.

Por que algumas pessoas conseguem manter a perda de peso e outras voltam a engordar?
Primeiro é preciso entender todos os motivos por que aquela pessoa não emagrece, e esses motivos costumam ser os mais variados. Se o motivo pelo qual a pessoa 'se apega' ao excesso de peso é forte, será difícil incentivá-la a emagrecer. Quando uma pessoa está emocionalmente pronta para perder peso, ela geralmente consegue se livrar dos quilos a mais.

Como chegar a este ponto?
No livro, ofereço várias dicas e questionamentos que levam a esta reflexão. São passos que ajudam a tornar o autoconhecimento mais fácil e, por consequência, facilitam a eliminação dos quilos extras. Pode parecer radical, mas acredito que se uma pessoa não está bem emocionalmente, não vai conseguir emagrecer.

É possível dizer que se uma pessoa engorda, ela está 'desconectada' de suas emoções?
Pelo contrário. Acho que a maioria das pessoas que luta contra o excesso de peso está excessivamente ligada a certos sentimentos. Por exemplo, ela pode se sentir fracassada em alguns aspectos da vida, até mesmo no aspecto do emagrecimento, e se rotular de perdedora. Só que ela tem que entender que o problema está na estratégia, não nela mesma. Os relacionamentos costumam se refletir na balança. Muitas pessoas com problemas sérios de relacionamento acabam obesas. Inconscientemente, elas ganham um novo problema, o peso, para esquecer do outro temporariamente.

Os exercícios são importantes?
Claro. Seu organismo não quer ser gordo, ele quer se mexer e ter saúde. No livro, ensino as pessoas a se exercitarem com mais eficiência. De nada adianta ficar andando por horas, em um ritmo super lento, ou se matando na esteira. Algumas mudanças durante a prática de exercícios, como intercalar velocidades ou pesos, estimulam respostas fisiológicas que fazem seu corpo gastar mais calorias em menos tempo. Depois de um tempo, você vai ver que o corpo vai pedir mais exercícios para se sentir melhor.

Muitas pessoas reclamam que malham e nunca veem resultados. Por quê?
Bom, primeiro é preciso estar psicologicamente preparado para emagrecer. Poucas pessoas, quando se matriculam em uma academia ou começam a correr na praia, estão com essa mentalidade. E se a mente não estiver pronta, os resultados físicos serão limitados. Se a mente não está pronta, a malhação será apenas mais uma forma de estresse. O estresse é um dos grandes vilões do ganho de peso. Ou seja, a atividade física será um tiro no pé. Outras vezes, a pessoa exagera e acaba malhando demais. O overtraining gera outro tipo de estresse no organismo e provavelmente vai estancar a perda de peso.

6 de julho de 2010

Homens mais velhos que usam Viagra têm maior risco de contrair DSTs.

Crescimento de divórcios, melhoria da saúde masculina e sexo sem prevenção seriam as causas.
06 de julho de 2010 / 17h 05

Reuters
WASHINGTON - Estudo publicado no Annals of Internal Medicine mostra que homens mais velhos que usam remédios contra impotência sexual, como o Viagra, tem duas vezes mais risco de contrair Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) em comparação com os que não usam esses medicamentos.

Em ambos os grupos, porém, os números têm aumentado. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, havia mais de seis novos casos de DSTs a cada 10 mil homens acima de 40 anos em 2008, quase 50% a mais que em 1996.

"Adultos mais jovens têm mais doenças sexualmente transmissíveis que os mais velhos, mas as taxas estão crescendo muito entre os mais velhos", disse Anupam B. Jena, do Massachusetts General Hospital, em Boston, que conduziu o estudo.

Embora as razões para esse crescimento não estão bem compreendidas, o maior número de divórcios e a melhoria da saúde masculina podem ter ajudado a aumentar o vigor e a atividade sexual entre os homens mais velhos.

O problema, porém, é que os adultos mais velhos parecem abrir mão do sexo seguro. Por exemplo, segundo os pesquisadores, homens na faixa dos 50 anos têm seis vezes menos probabilidade de usar preservativo que os jovens de 20 anos.

"As pessoas normalmente estão desacostumadas a praticar sexo seguro acima dos 50, porque o risco de gravidez é eliminada", afirmou Jena.

Para testar se a introdução do Viagra, em 1998, pode explicar alguns dos picos de DST, Jena e os colegas examinaram registros de mais de 1,4 milhão de homens americanos acima dos 40 anos. A idade média no estudo foi de aproximadamente 60 anos.

A DST mais comum encontrada pelo estudo foi o vírus HIV, seguido por clamídia, sífilis e gonorreia.

Entre a baixa porcentagem de homens que tinham prescrições de medicamentos contra disfunção erétil, mais de dois a cada mil tinham sido tratados de alguma DST no ano anterior ao qual começaram a tomar o remédio.

Um ano depois, o número caiu pela metade, o que sugere que o Viagra e seus "primos" químicos não estimularam doenças sexualmente transmissíveis.

No entanto, o risco de contrair uma DST se revelou por ser mais que o dobro em homens que tomam medicamentos para disfunção erétil em comparação com aqueles que não o fizeram.

"Esses usuários têm um perfil de risco sexual diferente dos não-usuários", disse Jena, acrescentando que os dados não revelam uma boa explicação para isso.

Em um editorial, o dr. Thomas Fekete, da Temple University School of Medicine, na Filadélfia, constatou que teria sido útil saber mais sobre a frequência dos encontros sexuais, parceiros e orientação desses homens.

Ele acrescentou que estratégias de prevenção devem ainda ser dirigidas aos grupos etários mais jovens, cujo risco de DST é pelo menos 10 vezes superior do que em adultos de meia-idade e idosos.

Ainda assim, os autores da pesquisa lembram que "os homens com mais de 40 anos permanecem sexualmente ativos, mesmo se precisar de ajuda química para fazê-lo. Esse estudo também serve como um lembrete de que o sexo após os 40 anos não é necessariamente seguro".

Jena recomendou que os médicos tirem alguns minutos para discutir sexo seguro com homens mais velhos quando prescreverem o Viagra.

ENTREVISTA DA VEJA COM O CIRURGIÃO CARDÍACO TURCO e CIDADÃO AMERICANO DR. MEHMET OZ.

São Paulo - 04.12.2007

A especialidade do cirurgião cardíaco turco e cidadão americano Mehmet Oz, de 47 anos, é retardar ao máximo os efeitos da idade em seus pacientes. Diretor do Programa de Medicina Integrada da Universidade Colúmbia, em Nova York, ele é consultor da famosa clínica antienvelhecimento do médico Michael Roizen, criador do conceito de que é possível manter o organismo mais jovem do que aponta a idade cronológica. Oz e Roizen também assinam a quatro mãos uma série de livros desucesso que ensinam como manter um estilo de vida que adia a velhice. O mais recente deles, You Staying Young (Você Sempre Jovem), lançado há um mês nos Estados Unidos, já vendeu meio milhão de exemplares.
Nos últimos quatro anos, Oz se tornou uma celebridade ao participar de um quadro fixo no programa de TV da apresentadora Oprah Winfrey. Ele também apresenta documentários no Discovery Channel. Nos dois casos,
dá dicas aos telespectadores sobre como viver mais com boa saúde. Esse é justamente o tema da entrevista que ele deu a VEJA.

BREVE BIOGRAFIA DO DR.OZ


Dr. Mehmet Oz nasceu em Cleveland, Ohio (EUA), dos pais turcos. Ele é
csado e pai de quatro filhos. Ele se formou da Harvard Univesity em 1982, depois fez mestrado e MBA na Universidade de Pennsylvania.

Ele é autor de mais de 350 publicações e vários livros. Em maio de 2005 estava na lista de New York Times Bestseller. Alguns livros e publicações dele junto com o colega Michael F. Roizen são:


ENTREVISTA DA VEJA

Veja
- Existe uma fórmula para se manter jovem por mais tempo?
Oz
- Sim. Há catorze agentes principais envolvidos no envelhecimento. Sete retardam o processo, como os antioxidantes, e sete nos enfraquecem, como a atrofia muscular. É preciso manter esses agentes sob controle. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é pensar não na possibilidade de ficar doente, mas na necessidade de manter o organismo saudável. Deve-se tirar o foco da prevenção dos males e direcioná-lo para a preservação da saúde. Se ninguém mais morresse de câncer e de doenças cardiovasculares, a expectativa de vida média do ser humano subiria apenas nove anos. Isso mostra que, para aumentar consideravelmente a expectativa de vida, não basta evitar doenças. É preciso cuidar do corpo para que ele não enfraqueça. Quando uma pessoa envelhece, doenças potencialmente fatais, como o câncer e o infarto, não aparecem de imediato. Antes que elas se instalem, o corpo torna-se mais frágil e vulnerável.

Veja
- O que fazer para evitar que o corpo se torne frágil e vulnerável?
Oz
- Meu novo livro, You Staying Young (Você Sempre Jovem, ainda sem previsão de lançamento no Brasil), trata exatamente desse tema. Os exercícios físicos são uma ferramenta essencial. Eles combatem o primeiro sinal do envelhecimento, que é a perda de força muscular. Outros recursos importantes são alimentar-se bem e meditar. Uma boa recomendação é a prática do tai chi chuan, exercício oriental que combina equilíbrio, coordenação motora e também meditação.
Se todos adotassem essas medidas, a vida média da população poderia subir para 110 anos. Quanto à alimentação, não podem faltar nutrientes como o resveratrol da uva e o licopeno do tomate, que são poderosos antioxidantes. O principal, mas também o mais difícil, é controlar a quantidade dos alimentos. De qualquer forma, todo mundo deve comer um pouco menos do que tem vontade.

Veja
- Fazer várias pequenas refeições por dia, como recomendam alguns médicos, faz bem para a saúde?
Oz
- Deve-se comer de três em três horas. Se o intervalo é maior, a taxa de hormônio grelina, que estimula a fome, começa a subir. O problema é que, após uma refeição, ainda demora trinta minutos para que a taxa desse hormônio volte a baixar. Em conseqüência disso, acaba-se comendo mais do que se deveria. O mais importante, além de comer alguma coisa a cada três horas, é trocar as refeições grandes por pequenas,
intercaladas por lanchinhos. Esse conceito não foi criado por mim. É o que mostram as pesquisas científicas.

Veja
- O que o senhor considera refeições grandes e pequenas?
Oz
- Uma refeição grande ultrapassa 1 000 calorias. Uma pequena tem no máximo, 500. Quem consome por volta de 2 000 calorias diárias pode fazer duas refeições de 300 calorias cada uma e outra maior, de até 800. Os lanchinhos podem ter até 250 calorias.

Veja - O que deve ficar de fora do cardápio?
Oz
- Existe uma regrinha fácil de ser usada, a regra dos cinco. Para isso, é preciso examinar o rótulo dos alimentos. Cinco ingredientes não podem estar entre os primeiros listados no rótulo. São eles: gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar simples, açúcar invertido e farinha de trigo enriquecida. Dois desses nutrientes são gorduras, dois são açúcares. Os dois tipos de gordura podem estimular processos inflamatórios no fígado que forçam a produção de substâncias deletérias, como o colesterol. Também fazem com que o fígado fique menos sensível à insulina, aumentando o risco de diabetes. Os açúcares listados fazem mal por estimular a produção de insulina, o que aumenta o depósito de gordura corporal. O pior é que esses cinco itens são os mais comuns nas dietas atuais.

Veja
- O cardápio básico do brasileiro, composto de arroz, feijão, carne e salada, é saudável?
Oz
- A princípio, sim. Esse cardápio contém exatamente os nutrientes para os quais a digestão humana está preparada. Mas os brasileiros comem carnes muito gordas, o que é errado... Antigamente, no mundo inteiro, quando os métodos de criação do gado eram mais simples, a porcentagem de gordura dos melhores cortes da carne bovina era, em média, de 4%. Hoje é de 30%. Outro problema dos hábitos alimentares do brasileiro é que ele come arroz em excesso, o que não traz nenhum benefício. Melhor seria adotar o arroz integral. Os alimentos integrais têm mais fibras, o que os mantém mais tempo no intestino e diminui a absorção de açúcar pelo organismo. Uma vantagem dos brasileiros é ter à disposição enorme variedade de frutas e vegetais maravilhosos, por preço razoável.

Veja
- Os hábitos que o senhor propõe para prolongar a vida são relativamente simples, mas exigem controle estrito sobre as atividades do dia-a-dia. Como exercer esse controle?
Oz
- A palavra-chave é automatizar. Ou seja, fazer desses hábitos uma rotina, sem precisar pensar muito neles. Acordar, escovar os dentes e passar o fio dental, para reduzir a quantidade de bactérias prejudiciais à saúde. Beber muito líquido ao longo do dia, principalmente água e chá verde. Dormir ao menos sete horas por noite. Durante o sono se produz o hormônio do crescimento, essencial mesmo para quem já é adulto, pois prolonga a juventude. Caminhar meia hora por dia e praticar exercícios que façam suar três vezes por semana. Meditar cinco minutos diariamente, o que pode estar embutido na prática de ioga ou tai chi chuan. Evitar alimentos que estejam na regra dos cinco, que mencionei anteriormente. Uma última coisa: estreitar o relacionamento com as pessoas próximas e abster-se de julgá-las. Em vez de julgar os outros, é melhor tomar conta de si próprio.

Veja
- Abster-se de julgar os outros ajuda a manter a juventude?
Oz
- Sim, da mesma forma que resolver situações de conflito. O conflito não traz nada de positivo. É apenas desgastante. Costumo recomendar a meus pacientes que procurem as pessoas com quem mantêm uma relação de animosidade e tentem resolver o impasse. Essa é uma atitude para o bem-estar próprio. Não há nada de altruísta nela. É uma atitude egoísta.

Veja
- O que o senhor acha das dietas para emagrecer que surgem e viram
moda a cada seis meses?
Oz
- Essas dietas fazem sucesso, mas são péssimas para a saúde. A alimentação não deve ser encarada como uma maratona para a perda de peso. Uma dieta que tenha como chamariz o emagrecimento rápido não é confiável. Comer menos do que o corpo necessita é uma agressão à fisiologia. Ou seja, aos processos químicos que fazem o organismo funcionar. Quando a fisiologia é desprezada, os resultados das dietas são transitórios.

Veja
- Por que o senhor recomenda cuidados com o jantar?
Oz
- Na verdade, há uma única regra a observar: deve-se jantar pelo menos três horas antes de dormir. Deitar logo após a refeição facilita o acúmulo de gordura, principalmente na cintura. Além disso, comer muito tarde prejudica o sono.

Veja
- O senhor recomenda beber muita água durante o dia. Quanto se deve beber exatamente?
Oz
- Deve-se beber uma quantidade suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso varia de um dia para o outro. Em dias quentes, sua-se muito e, por isso, é preciso beber mais água. Para quem não abre mão da cafeína, sugiro chá verde. Em lugar de quatro cafezinhos por dia, beba quatro copos de chá verde. Essa bebida concentra muitos antioxidantes e nutrientes bons para a saúde.

Veja
- Muitos ambientalistas condenam o consumo de água engarrafada.
Do ponto de vista da saúde, ela é melhor que a água da torneira?
Oz
- Eu acho um erro beber água engarrafada. Há dois problemas principais com ela. O primeiro é que, se a garrafa plástica não for reciclada, pode contaminar os mares e os rios. Isso prejudica o meio ambiente e, indiretamente, a saúde. O plástico das embalagens vai parar nos peixes que comemos. O resultado é que 97% das pessoas apresentam resíduos de plástico no organismo, o que interfere no sistema hormonal. Esses resíduos estimulam os receptores de estrogênio, o hormônio feminino. Em excesso, o estrogênio pode causar câncer e outros problemas. As toxinas contidas no plástico também aceleram o envelhecimento. O segundo problema é que, como a água engarrafada não apresenta vantagens com relação à água da torneira, trata-se de um desperdício de dinheiro.

Veja
- O senhor recomenda exercícios físicos que provoquem suor. Exercícios leves são inúteis?
Oz
- Essas recomendações visam à saúde cardiovascular. Para essa finalidade, apenas os exercícios moderados ou intensos, que fazem suar, apresentam benefícios. Mas os exercícios suaves e de baixo impacto têm valor. Mesmo a caminhada movimenta grandes músculos, como os das coxas e dos quadris, que consomem muita energia. Como o gasto
calórico muscular é maior durante o exercício, a queima de calorias aumenta.

Veja
- Os suplementos vitamínicos são criticados em muitos estudos
científicos. O que o senhor acha deles?
Oz
- Eles são eficazes, mas prometem mais do que cumprem. Na verdade, os médicos saem da faculdade sem conhecimentos suficientes sobre os suplementos e são forçados a tirar suas próprias conclusões. De modo geral, uma suplementação só é necessária quando as vitaminas não são obtidas naturalmente com a alimentação. Por outro lado, acredito que determinadas vitaminas podem melhorar a qualidade de vida e a longevidade. Entre elas estão as vitaminas A, B, C, D e E, além de cálcio, magnésio, selênio e zinco. A vitamina D é importantíssima, pois previne câncer e osteoporose. Principalmente nos países mais frios, onde a exposição solar é restrita, os suplementos são essenciais.

Veja
- Além dos procedimentos já descritos nesta entrevista, o que mais o
senhor faz para adiar o envelhecimento?
Oz
- Minha receita principal de juventude é brincar com meus filhos. Também procuro descobrir coisas novas todos os dias. Aprendo ao conversar com os outros e, apesar de ser muito assediado para responder a perguntas, por causa de minha atuação na TV, prefiro perguntar, saber como é a vida das pessoas, como elas trabalham. Isso faz minha mente exercitar-se.

Veja
- Nos últimos anos, o aperfeiçoamento do tratamento clínico fez cair o número de cirurgias cardíacas. Essa é uma tendência em outras especialidades médicas além da cardiologia?
Oz
- Sem dúvida. Os recursos clínicos tornaram-se mais eficazes tanto para a prevenção de doenças quanto para seu tratamento. Por isso, assim como na cardiologia, a cirurgia deixou de ser a primeira opção em outras áreas. Há poucos anos, quando o paciente machucava o joelho, ia direto para a sala de operação. Agora, ele vai para a sala de fisioterapia. Essa tendência também é evidente nos casos de diverticulite, uma inflamação do intestino, que passou a ser tratada com o consumo de fibras. O mesmo acontece com pacientes que apresentam doença arterial obstrutiva periférica. Antes eles iam para a faca. Agora, recebem como orientação deixar de fumar e caminhar. Mesmo que sintam dor num primeiro momento, essa é uma maneira de estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos para substituir os danificados..

Veja
- O senhor já esteve no Brasil. Como foi sua experiência no país?
Oz
- Visitei o Brasil há muitos anos, quando ainda era estudante de medicina. Fui ao Rio de Janeiro e conheci o doutor Ivo Pitanguy. Também fiquei deslumbrado com as frutas brasileiras e com as lojas de sucos. Elas misturam frutas e outros vegetais, uma combinação pouco convencional. Conheci o açaí, que até hoje está no meu cardápio. Compro açaí em Nova York mesmo. É um dos alimentos com maior concentração de antioxidantes. Planejo voltar ao Brasil em meados do ano que vem para
gravar um programa. Quero muito ir à Amazônia e conhecer as plantas medicinais da região.

ENTREVISTA DA VEJA COM O CIRURGIÃO CARDÍACO TURCO e CIDADÃO AMERICANO DR. MEHMET OZ.

- São Paulo - 04.12.2007

A especialidade do cirurgião cardíaco turco e cidadão americano Mehmet Oz, de 47 anos, é retardar ao máximo os efeitos da idade em seus pacientes. Diretor do Programa de Medicina Integrada da Universidade Colúmbia, em Nova York, ele é consultor da famosa clínica antienvelhecimento do médico Michael Roizen, criador do conceito de que é possível manter o organismo mais jovem do que aponta a idade cronológica. Oz e Roizen também assinam a quatro mãos uma série de livros desucesso que ensinam como manter um estilo de vida que adia a velhice. O mais recente deles, You Staying Young (Você Sempre Jovem), lançado há um mês nos Estados Unidos, já vendeu meio milhão de exemplares.
Nos últimos quatro anos, Oz se tornou uma celebridade ao participar de um quadro fixo no programa de TV da apresentadora Oprah Winfrey. Ele também apresenta documentários no Discovery Channel. Nos dois casos,
dá dicas aos telespectadores sobre como viver mais com boa saúde. Esse é justamente o tema da entrevista que ele deu a VEJA.

BREVE BIOGRAFIA DO DR.OZ


Dr. Mehmet Oz nasceu em Cleveland, Ohio (EUA), dos pais turcos. Ele é
csado e pai de quatro filhos. Ele se formou da Harvard Univesity em 1982, depois fez mestrado e MBA na Universidade de Pennsylvania.

Ele é autor de mais de 350 publicações e vários livros. Em maio de 2005 estava na lista de New York Times Bestseller. Alguns livros e publicações dele junto com o colega Michael F. Roizen são:


ENTREVISTA DA VEJA

Veja
- Existe uma fórmula para se manter jovem por mais tempo?

Oz
- Sim.
Há catorze agentes principais envolvidos no envelhecimento. Sete
retardam o processo, como os antioxidantes, e sete nos enfraquecem, como a atrofia muscular. É preciso manter esses agentes sob controle. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é pensar não na possibilidade
de ficar doente, mas na necessidade de manter o organismo saudável. Deve-se tirar o foco da prevenção dos males e direcioná-lo para a preservação da saúde.
Se ninguém mais morresse de câncer e de doenças cardiovasculares, a expectativa de vida média do ser humano subiria apenas nove anos. Isso mostra que, para aumentar consideravelmente a expectativa de vida, não basta evitar doenças. É preciso cuidar do corpo para que ele não enfraqueça. Quando uma pessoa envelhece, doenças potencialmente fatais, como o câncer e o infarto, não aparecem de imediato. Antes que elas se instalem, o corpo torna-se mais frágil e vulnerável.

Veja
- O que fazer para evitar que o corpo se torne frágil e vulnerável?

Oz
- Meu novo livro, You Staying Young (Você Sempre Jovem, ainda sem
previsão de lançamento no Brasil), trata exatamente desse tema..
Os exercícios físicos são uma ferramenta essencial. Eles combatem o primeiro sinal do envelhecimento, que é a perda de força muscular. Outros recursos importantes são alimentar-se bem e meditar. Uma boa recomendação é a prática do tai chi chuan, exercício oriental que combina equilíbrio, coordenação motora e também meditação.
Se todos adotassem essas medidas, a vida média da população poderia subir para 110 anos. Quanto à alimentação, não podem faltar nutrientes como o resveratrol da uva e o licopeno do tomate, que são poderosos
antioxidantes. O principal, mas também o mais difícil, é controlar a quantidade dos alimentos. De qualquer forma, todo mundo deve comer um
pouco menos do que tem vontade.

Veja
- Fazer várias pequenas refeições por dia, como recomendam alguns médicos, faz bem para a saúde?

Oz
- Deve-se comer de três em três horas. Se o intervalo é maior, a taxa de hormônio grelina, que estimula a fome, começa a subir. O problema é que, após uma refeição, ainda demora trinta minutos para que a taxa desse hormônio volte a baixar. Em conseqüência disso, acaba-se comendo mais do que se deveria. O mais importante, além de comer alguma coisa a cada três horas, é trocar as refeições grandes por pequenas,
intercaladas por lanchinhos. Esse conceito não foi criado por mim. É o que mostram as pesquisas científicas.

Veja
- O que o senhor considera refeições grandes e pequenas?

Oz
- Uma refeição grande ultrapassa 1 000 calorias. Uma pequena tem,
no máximo, 500. Quem consome por volta de 2 000 calorias diárias pode fazer duas refeições de 300 calorias cada uma e outra maior, de até 800. Os lanchinhos podem ter até 250 calorias.

Veja - O que deve ficar de fora do cardápio?

Oz
- Existe uma regrinha fácil de ser usada, a regra dos cinco. Para isso, é
preciso examinar o rótulo dos alimentos. Cinco ingredientes não podem estar entre os primeiros listados no rótulo.
São eles: gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar simples, açúcar invertido e farinha de trigo enriquecida. Dois desses nutrientes são gorduras, dois são açúcares. Os dois tipos de gordura podem estimular processos inflamatórios no fígado que forçam a produção de substâncias
deletérias, como o colesterol. Também fazem com que o fígado fique menos sensível à insulina, aumentando o risco de diabetes. Os açúcares listados fazem mal por estimular a produção de insulina, o que aumenta o depósito de gordura corporal. O pior é que esses cinco itens são os mais comuns nas dietas atuais.

Veja
- O cardápio básico do brasileiro, composto de arroz, feijão, carne e salada, é saudável?

Oz
- A princípio, sim. Esse cardápio contém exatamente os nutrientes para os quais a digestão humana está preparada. Mas os brasileiros comem carnes muito gordas, o que é errado... Antigamente, no mundo inteiro, quando os métodos de criação do gado eram mais simples, a porcentagem de gordura dos melhores cortes da carne bovina era, em média, de 4%. Hoje é de 30%. Outro problema dos hábitos alimentares do brasileiro é que ele come arroz em excesso, o que não traz nenhum benefício. Melhor seria adotar o arroz integral. Os alimentos integrais têm mais fibras, o que os mantém mais tempo no intestino e diminui a absorção de açúcar pelo organismo. Uma vantagem dos brasileiros é ter à disposição enorme variedade de frutas e vegetais maravilhosos, por preço razoável.

Veja
- Os hábitos que o senhor propõe para prolongar a vida são relativamente simples, mas exigem controle estrito sobre as atividades do dia-a-dia. Como exercer esse controle?

Oz
- A palavra-chave é automatizar. Ou seja, fazer desses hábitos uma rotina, sem precisar pensar muito neles. Acordar, escovar os dentes e passar o fio dental, para reduzir a quantidade de bactérias prejudiciais à saúde. Beber muito líquido ao longo do dia, principalmente água e chá verde. Dormir ao menos sete horas por noite. Durante o sono se produz o
hormônio do crescimento, essencial mesmo para quem já é adulto, pois prolonga a juventude. Caminhar meia hora por dia e praticar exercícios que façam suar três vezes por semana. Meditar cinco minutos diariamente, o que pode estar embutido na prática de ioga ou tai chi chuan. Evitar alimentos que estejam na regra dos cinco, que mencionei anteriormente. Uma última coisa: estreitar o relacionamento com as pessoas próximas e abster-se de julgá-las. Em vez de julgar os outros, é melhor tomar conta de si próprio.

Veja
- Abster-se de julgar os outros ajuda a manter a juventude?

Oz
- Sim, da mesma forma que resolver situações de conflito. O conflito não traz nada de positivo. É apenas desgastante. Costumo recomendar a meus pacientes que procurem as pessoas com quem mantêm uma relação de animosidade e tentem resolver o impasse. Essa é uma atitude para o bem-estar próprio. Não há nada de altruísta nela. É uma atitude egoísta.

Veja
- O que o senhor acha das dietas para emagrecer que surgem e viram
moda a cada seis meses?

Oz
- Essas dietas fazem sucesso, mas são péssimas para a saúde.
A alimentação não deve ser encarada como uma maratona para a perda de peso. Uma dieta que tenha como chamariz o emagrecimento rápido não é confiável. Comer menos do que o corpo necessita é uma agressão à fisiologia. Ou seja, aos processos químicos que fazem o organismo funcionar. Quando a fisiologia é desprezada, os resultados das dietas são transitórios.

Veja
- Por que o senhor recomenda cuidados com o jantar?

Oz
- Na verdade, há uma única regra a observar: deve-se jantar pelo menos três horas antes de dormir. Deitar logo após a refeição facilita o acúmulo de gordura, principalmente na cintura. Além disso, comer muito tarde prejudica o sono.

Veja
- O senhor recomenda beber muita água durante o dia. Quanto se deve
beber exatamente?

Oz
- Deve-se beber uma quantidade suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso varia de um dia para o outro. Em dias quentes, sua-se muito e, por isso, é preciso beber mais água. Para quem não abre mão da cafeína, sugiro chá verde. Em lugar de quatro cafezinhos por dia, beba quatro copos de chá verde. Essa bebida concentra muitos antioxidantes e nutrientes bons para a saúde.

Veja
- Muitos ambientalistas condenam o consumo de água engarrafada.
Do ponto de vista da saúde, ela é melhor que a água da torneira?

Oz
- Eu acho um erro beber água engarrafada. Há dois problemas principais com ela. O primeiro é que, se a garrafa plástica não for reciclada, pode contaminar os mares e os rios. Isso prejudica o meio ambiente e, indiretamente, a saúde.. O plástico das embalagens vai parar nos peixes que comemos. O resultado é que 97% das pessoas apresentam resíduos de plástico no organismo, o que interfere no sistema hormonal. Esses > resíduos estimulam os receptores de estrogênio, o hormônio feminino. Em excesso, o estrogênio pode causar câncer e outros problemas. As toxinas contidas no plástico também aceleram o envelhecimento. O segundo problema é que, como a água engarrafada não apresenta vantagens com relação à água da torneira, trata-se de um desperdício de dinheiro..

Veja
- O senhor recomenda exercícios físicos que provoquem suor.
Exercícios leves são inúteis?

Oz
- Essas recomendações visam à saúde cardiovascular. Para essa
finalidade, apenas os exercícios moderados ou intensos, que fazem suar, apresentam benefícios. Mas os exercícios suaves e de baixo impacto têm valor. Mesmo a caminhada movimenta grandes músculos, como os das coxas e dos quadris, que consomem muita energia. Como o gasto
calórico muscular é maior durante o exercício, a queima de calorias aumenta.

Veja
- Os suplementos vitamínicos são criticados em muitos estudos
científicos. O que o senhor acha deles?

Oz
- Eles são eficazes, mas prometem mais do que cumprem. Na verdade, os médicos saem da faculdade sem conhecimentos suficientes sobre os suplementos e são forçados a tirar suas próprias conclusões. De modo geral, uma suplementação só é necessária quando as vitaminas não
são obtidas naturalmente com a alimentação.
Por outro lado, acredito que determinadas vitaminas podem melhorar a qualidade de vida e a longevidade. Entre elas estão as vitaminas A, B, C, D e E, além de cálcio, magnésio, selênio e zinco. A vitamina D é importantíssima, pois previne câncer e osteoporose. Principalmente
nos países mais frios, onde a exposição solar é restrita, os suplementos são essenciais.

Veja
- Além dos procedimentos já descritos nesta entrevista, o que mais o
senhor faz para adiar o envelhecimento?

Oz
- Minha receita principal de juventude é brincar com meus filhos. Também procuro descobrir coisas novas todos os dias. Aprendo ao conversar
com os outros e, apesar de ser muito assediado para responder a perguntas, por causa de minha atuação na TV, prefiro perguntar, saber como é a vida das pessoas, como elas trabalham. Isso faz minha mente
exercitar-se.

Veja
- Nos últimos anos, o aperfeiçoamento do tratamento clínico fez cair o número de cirurgias cardíacas. Essa é uma tendência em outras especialidades médicas além da cardiologia?

Oz
- Sem dúvida. Os recursos clínicos tornaram-se mais eficazes tanto para a prevenção de doenças quanto para seu tratamento. Por isso, assim como na cardiologia, a cirurgia deixou de ser a primeira opção em outras áreas. Há poucos anos, quando o paciente machucava o joelho, ia direto para a sala de operação. Agora, ele vai para a sala de fisioterapia.
Essa tendência também é evidente nos casos de diverticulite, uma
inflamação do intestino, que passou a ser tratada com o consumo de fibras. O mesmo acontece com pacientes que apresentam doença arterial obstrutiva periférica. Antes eles iam para a faca. Agora, recebem como
orientação deixar de fumar e caminhar. Mesmo que sintam dor num primeiro momento, essa é uma maneira de estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos para substituir os danificados..

Veja
- O senhor já esteve no Brasil. Como foi sua experiência no país?

Oz
- Visitei o Brasil há muitos anos, quando ainda era estudante de
medicina. Fui ao Rio de Janeiro e conheci o doutor Ivo Pitanguy. Também
fiquei deslumbrado com as frutas brasileiras e com as lojas de sucos. Elas misturam frutas e outros vegetais, uma combinação pouco convencional. Conheci o açaí, que até hoje está no meu cardápio. Compro açaí em Nova
York mesmo. É um dos alimentos com maior concentração de antioxidantes. Planejo voltar ao Brasil em meados do ano que vem para
gravar um programa. Quero muito ir à Amazônia e conhecer as plantas medicinais da região.

4 de julho de 2010

Medicamento para ovulação é testado contra "menopausa masculina".

04/07/2010-10h33

FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO

Médicos urologistas estão testando um remédio feminino, usado para induzir a ovulação, no tratamento da andropausa, a chamada menopausa masculina. A andropausa é caracterizado pela queda drástica dos níveis de testosterona nos homens com mais de 40 anos, o que provoca, entre outros efeitos, queda na libido e dificuldades de ereção.

O tratamento padrão é feito com a reposição hormonal. Mas, segundo o urologista Celso Gromatzky, há dois anos estudos têm demonstrado benefícios no uso do medicamento feminino. "É uma boa opção de tratamento, especialmente para homens com histórico de doença cardíaca", diz. Leia abaixo trechos da entrevista que Gromatzky concedeu à Folha.

Folha - Há uma tendência de prescrever reposição hormonal para homens acima de 40 anos indiscriminadamente?
Celso Gromatzky - Há uma tendência forte de aumentar a indicação de reposição para homens com queda da testosterona. Não porque a doença tenha aumentado, mas porque hoje se conhece melhor o problema.

O que é andropausa?
Gromatzky - É uma deficiência hormonal que atinge cerca de 15% dos homens a partir dos 40 anos. A testosterona vai caindo lentamente com a idade, mas só 15% deles vão obter valores abaixo do normal. Ou seja, 85% dos homens terão níveis absolutamente normais durante a vida toda. Isso diferencia de forma muito clara a condição do homem e da mulher.

Então a andropausa é considerada uma doença? Gromatzky - Sim. A menopausa ocorre naturalmente em todas as mulheres. Mas a falta de hormônio não é parte do processo natural de envelhecimento masculino. Não sabemos por que esses 15% têm o problema.

E quais são os principais sintomas?
Gromatzky - Cai a libido, a qualidade da ereção piora e pode haver um prejuízo na intensidade do orgasmo.

Quais são os outros impactos na saúde?
Gromatzky - A falta de testosterona tende a causar pele seca e unhas quebradiças. Também causa a perda da massa muscular e pode favorecer o acúmulo de gordura na região abdominal. Já no sistema nervoso central, diminui memória, concentração, provoca perda da motivação e uma tendência à depressão. Aumenta o risco de osteoporose e fraturas.

Esses sintomas não se confundem com depressão?
Gromatzky - Sim. Para fazer o diagnóstico, o homem precisa ter o hormônio abaixo do nível normal associado a três ou mais sintomas.

Pode acontecer de o hormônio estar baixo e o homem não ter sintomas?
Gromatzky - Pode, e isso não caracteriza a andropausa. E, se ele tem sintomas, mas a dosagem do hormônio está normal, também não.

O diagnóstico é feito com um exame de sangue?
Gromatzky - Sim. A testosterona é uma molécula que percorre o sangue em três formas: uma delas é a testosterona livre, a fração que atua nos órgãos alvo. A outra é ligada à globulina SHBG, e a terceira, à albumina. O exame de sangue dosa a testosterona total, que é a soma dessas três formas, mas existe uma fórmula para calcular só a testosterona livre -que causa sintomas.

A reposição hormonal, então, é indicada apenas para esses homens?
Gromatzky - Exatamente. Expor um homem com os níveis normais à aplicação de testosterona sintética traz consequências. Uma delas é a diminuição da produção de espermatozoides. A outra é o aumento da viscosidade do sangue, que pode causar derrame ou infarto.

Existe um controle ou ainda há homens que fazem reposição sem necessidade?
Gromatzky - O uso indiscriminado de testosterona é um erro médico. Tanto que ela é um medicamento de controle especial.

Existe alguma novidade no tratamento?
Gromatzky - O tratamento é feito com hormônios sintéticos, aplicados por injeção intramuscular. Mas, nos últimos dois anos, alguns trabalhos demonstraram que o citrato de clomifênio, indicado para induzir a ovulação em mulheres, estimularia a fabricação de testosterona.

Essa medicação é usada aqui com essa finalidade?
Gromatzky - Sim, ainda na forma "off-label" [quando o médico recomenda um remédio para um uso não indicado na bula]. As experiências são positivas. É um caminho para pacientes que não podem receber hormônio.

Quem são esses pacientes?
Gromatzky - Aqueles que já sofreram um derrame ou infarto. Eles não podem correr o risco de aumentar a viscosidade do sangue. Mas deixo claro que é uma alternativa não consagrada.

A reposição é por tempo determinado?
Gromatzky - Não. Uma vez estabelecido o diagnóstico, é pouco provável que esse homem volte a fabricar testosterona naturalmente. Teoricamente, ele terá que fazer a reposição pelo resto da vida. Por isso é preciso muito critério para propor o tratamento.

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COMO O REMEDIO FEMININO AGE NO CORPO MASCULINO:
A Testosterona é o hormonio masculino responsavel pelas caracteristicas sexuais do homem. É tambem responsavel pela produção de esperma pelos testículos. Seus niveis normais são: de 300 a 1000 ng/dl.
Sintomas da andropausa: diminuição da libido, dificuldade de ereção, menor volume da ejaculação, perda da massa muscular, aumento da gordura corporal, osteoporose, cansaço, indisposição e preguiça, diminuição da memória e da concentração, insônia, mau-humor e depressão.
1) o citrato de clomifeno atua na hipófise estimulando a produção dos hormonios LH e FSH.
2) na mulher o LH e o FSH atuam nos ovários estimulando a ovulação.
3) nos homens o LH e o FSH atuam nos testiculos sendo que o FSH aumenta a produção de espermatozóides e o LH aumenta a produção de testosterona fazendo com que ela volte aos níveis normais.

===============================================

A reposição hormonal com injeções de testosterona bloqueia a ação da hipofise pelo seu mecanismo de feed-back, diminuindo a liberação de LH e FSH pela hipofise.
Os beneficios da reposição hormonal com a testosterona são o aumento da massa muscular, melhora da libido e das ereções, melhora da disposição fisica, diminuição da preguiça e da irritabilidade, aumento da massa óssea.
Os riscos da reposição hormonal com a testosterona são: o aumento da viscosidade do sangue favorecendo risco de trombose e doenças cardiovasculares, aumento do volume das mamas, maior risco de doenças hepaticas, atrofia dos testiculos e infertilidade.

Hipertensos não sabem relacionar sal e sódio nos rótulos dos alimentos.

Pesquisa realizada por um instituto de cardiologia com 1,3 mil pessoas mostra que 93% não conseguem calcular a quantidade de sal com base na de sódio. Consumo recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de 6 g por dia, ou seja, uma colher de chá

04 de julho de 2010 | 0h 00
Karina Toledo - O Estado de S.Paulo

Reduzir o sal na dieta é a primeira recomendação que um portador de hipertensão recebe do médico. Mas uma pesquisa do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia com 1.294 hipertensos mostrou que 93% deles não sabem fazer a relação entre o sal e o sódio descrito nas embalagens de alimentos. Pior: 75% nem sequer leem os rótulos e 45% não sabem que os produtos industrializados podem conter sal.


Segundo a Organização Mundial da Saúde, o consumo diário de sal não deve exceder 6 gramas por dia - uma colher de chá. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) deve lançar em breve uma nova diretriz reduzindo esse valor recomendado para 5 g.

Estudo recente no New England Journal of Medicine apontou que diminuir o consumo de sal pode reduzir doenças cardiovasculares tanto quanto parar de fumar, combater a obesidade e controlar o colesterol. O problema é que a tabela nutricional das embalagens não informa a quantidade de sal e sim a de sódio - um dos componentes do sal de cozinha e o verdadeiro causador da pressão alta.

Para aumentar a confusão, o sódio não está apenas em alimentos salgados, mas também em conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico).

"Isoladamente, o sódio não tem sabor, mas apenas 24% dos entrevistados sabiam disso", diz a nutricionista Cristiane Kovacs, uma das autoras do estudo. "Costuma-se recomendar a redução no consumo de sal porque ele é a principal fonte de sódio da alimentação, mas não é a única."

O cardiologista Daniel Magnoni, coordenador da pesquisa, explica que é preciso multiplicar o valor de sódio no rótulo por 2,5 para saber o quanto aquilo corresponde em gramas de sal. Um alimento com 500 mg de sódio representa 1,25 g de sal (mais informações nesta página).

"Estou elaborando uma proposta governamental para alterar a informação dos rótulos para que contenham a quantidade de sal", diz Magnoni. Mas, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, não seria possível fazer essa alteração porque muitos alimentos - como o leite - contêm naturalmente sódio, mas não sal. "Declarar a quantidade de sal em um alimento que não teve adição desse ingrediente seria enganar o consumidor", afirmou a agência em nota.

Orientação. Os pacientes não estão sendo adequadamente orientados, admite Magnoni. "O médico não tem tempo de falar sobre alimentação no hospital público. Ele atende a muitos pacientes e tem de falar de cura, de remédios. A porta de entrada do sistema de saúde tem de ter um nutricionista."

Outra saída para reduzir não apenas os índices de hipertensão, mas também de diabete e obesidade, seria incluir no currículo escolar informações sobre alimentação saudável. "Isso é um problema de saúde pública, custa bilhões ao sistema de saúde. Se eu fosse assessor do próximo presidente, criaria o programa Obesidade Zero."

Levantamento recente do Ministério da Saúde apontou que a hipertensão atinge um em cada quatro brasileiros. O número de casos cresceu 13,4% nos últimos três anos, passando de 21,5% para 24,4%. Entre as pessoas com mais de 65 anos a prevalência é de 63,2%. A pressão alta é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, o que explica porque a cada ano 315 mil brasileiros morrem de enfarte ou acidente vascular cerebral (AVC). Isso corresponde a quase 30% das mortes.

E mesmo os hipertensos que sabem da doença e têm acompanhamento médico há mais de cinco anos abusam do sal. "Em vez de reduzirem o consumo, vão aumentando a quantidade de medicamentos", conta Magnoni. Quase 30% dos entrevistados afirmaram tomar dois ou até três medicamentos para a pressão. Os pesquisadores apontam como principais vilões da alimentação desses pacientes os temperos prontos, enlatados, conservas, queijos e embutidos.