Katia Perin
Uma noite bem dormida, quem diria, pode garantir o que muita gente busca, a preços altíssimos, nas clínicas de cirurgia plástica: a juventude. Um estudo da Universidade de Chicago revelou que a quantidade de sono profundo influi na produção de um hormônio que acelera o processo de envelhecimento. O estudo foi publicado nesta quarta-feira, na revista especializada Journal of the American Medical Association.
Cientistas americanos concluíram que o sono dos homens se deteriora em dois períodos de suas vidas - entre os 16 e os 25 anos e entre os 35 e 50 anos. Nessas fases, mesmo que o número de horas dormidas não varie, os homens passam menos tempo sob sono profundo, tempo que o organismo aproveita para segregar os hormônios do crescimento.
A carência desse hormônio pode acarretar problemas de memória, distúrbios do sono e até obesidade. E também ajuda a acelerar o envelhecimento.
Os resultados só valem para homens. Segundo Eve Van Cauter, endocrinologista que coordenou a pesquisa, é difícil obter dados para mulheres, pela influência do ciclo menstrual e da menopausa.
A pesquisa foi feita com 149 homens com boa saúde e idades entre 16 e 83 anos. O que variou não foi o total de horas dormidas, mas o tipo de sono predominante em cada faixa de idade. Entre os homens de 36 e 50 anos, a duração total do sono foi mantida, mas a quantidade de sono profundo diminuiu de 18,9% para 3,4% do total do período de sono A quantidade de hormônio liberado foi reduzida em quase 75%.
A partir dos 45 anos, de acordo com os pesquisadores, os homens que participaram da pesquisa haviam perdido praticamente toda a capacidade de dormir em profundidade.
Segundo Eve Van Cauter a pesquisa pode trazer melhorias no tratamento de disfunções hormonais masculinas. Outra conclusão do estudo da Universidade de Chicago é que, a cada dez anos o tempo de sono dos homens cai, em média, 27 minutos por noite.
Van Cauter afirmou ainda que não se sabe por que as mudanças no sono ocorrem. "Não há nada que indique a influência de fatores ambientais", garantiu a pesquisadora ao jornal Folha de São Paulo. A deterioração do sono profundo -que, segundo ela, pode ser "determinada em parte geneticamente"- seria uma ocorrência natural nos homens.
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