As ultrassonografias da próstata devem aumentar em 20% no Brasil, passando de 78 mil exames para 110 mil por ano. A meta foi anunciada ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em Brasília. Ela faz parte de uma nova política de saúde destinada ao homem, que pretende tratar também de outros procedimentos urológicos e trabalhar melhor a questão do planejamento familiar.
Para isso, o governo federal quer levar pelo menos 2,5 milhões de homens ao médico uma vez por ano, no mínimo. O foco da política são os homens com idades entre 20 e 59 anos. Ao todo, devem ser investidos R$ 613,2 milhões até 2011.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) já vem alertando há anos para o crescente problema do câncer de próstata. Sua taxa de mortalidade passou de 6,3 para 13,9, entre os anos de 1979 e 2006. Isso representa um aumento de 120%. Só neste ano, estima o instituto, 49.530 homens devem desenvolver a doença. O número representa uma proporção de 52 casos para cada 100 mil homens.
O número de cirurgias para tratar doenças do trato genital masculino irão aumentar em 10% ao ano, passando de 100 mil, em 2008, para 110 mil, em 2009, alcançando 121 mil até 2010. De acordo com o Ministério da Saúde, a iniciativa vai ampliar o acesso ao tratamento, por exemplo, do câncer de pênis – tumor relacionado às baixas condições socioeconômicas e à má higiene íntima.
Um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indica que pelo menos mil homens tenham o pênis amputado todos os anos no Brasil por causa da doença.
Outras cirurgias também terão o valor aumentado — entre elas, a de circuncisão. Conhecida como postectomia, ela consiste na retirada da pele do prepúcio que envolve a glande do pênis. O procedimento é indicado para homens que tenham fimose. Segundo o ministério, a cirurgia está relacionada à prevenção de câncer no órgão e de doenças sexualmente transmissíveis.
O governo federal pretende ainda aumentar em 148% o valor do repasse para a vasectomia realizada em ambulatórios e em 20% o montante destinado ao procedimento com necessidade de internação. A me
ta do Ministério da Saúde é passar de 35 mil para 50 mil vasectomias anuais realizadas em ambulatórios, em 2010.
De acordo com o ministério, o número de homens que fazem vasectomia caiu pouco mais de 7%. O ministro José Gomes Temporão pretende reverter este quadro.
10 de junho de 2010
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